A Fiesp e a CNI, as duas maiores entidades empresariais do país, irão preparar um documento comum com uma série de propostas a serem apresentadas aos candidatos à Presidência. As duas federações também estão agendando encontros conjuntos com todos os candidatos em agosto para a entrega oficial do documento.
Segundo Paulo Skaf, presidente da Fiesp, o objetivo dessa união das duas entidades é o de garantir maior comprometimento dos candidatos em relação às propostas apresentadas pela indústria. "Nós queremos dos candidatos o compromisso em torno das nossas propostas", diz Skaf.
De acordo com Skaf, o documento com as propostas das duas entidades será concluído em julho. Até lá, as equipes técnicas das duas federações se reunirão para fundir as propostas que cada uma delas defende. O trabalho não deve ser muito difícil, já que há muitas idéias comuns.
A grande prioridade do documento, segundo Skaf, será a de o novo governo, seja qual for o candidato eleito, eleger o crescimento econômico como sua prioridade número um.
"Não há mais necessidade de manter essa obsessão pelo controle da inflação", diz. "A grande bandeira tem de ser o crescimento."
Skaf afirma que, ao defender essa tese, isso não significa que o governo deva se descuidar da inflação, mas sim levar em conta que a inflação está sob controle, e, por isso, a preocupação tem de ser o crescimento. "Nós vamos defender um novo rumo para a economia", diz.
Segundo Skaf, o documento irá apontar diversas reformas a serem adotadas pelo novo governo, além de uma série de medidas com o objetivo de cortar custos do setor público. Ele diz que tudo isso precisa ser feito pelo novo governo nos primeiros cem dias, um período no qual, normalmente, o presidente eleito tem mais força para a aprovação de medidas no Congresso. Dessa forma, o documento vai defender que as propostas sejam encaminhadas pelo presidente eleito no início do governo.

FRASE

"Chega da obsessão pelo controle inflacionário. A obsessão tem de ser o crescimento e será essa nossa proposta aos candidatos"