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VarigLog antecipa nova parcela para que a Varig continue no ar
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Justiça do Rio de Janeiro
deve decidir hoje se a proposta
de compra da Varig apresentada pela VarigLog é viável. Na última segunda-feira, a Justiça
estendeu o prazo para que a ex-subsidiária da Varig apresente
os detalhes da oferta.
A principal preocupação é
com a continuidade da "velha
Varig", a parcela da empresa
que segue em recuperação judicial e que carrega o passivo da
empresa. As dívidas somam R$
7,9 bilhões. Se a proposta for
considerada factível, a Justiça
deve convocar uma assembléia
de credores e realizar, em seguida, novo leilão.
O fechamento de uma proposta de compra é considerado
fundamental para a continuidade das operações da Varig. A
empresa tem audiência marcada para hoje com o juiz Robert
Drain, da Corte de Falências de
Nova York.
Na semana passada, Drain
estendeu o prazo de uma liminar que protege cerca de 25
aviões da Varig de arresto até 21
de julho, mas condicionou esse
novo prazo ao pagamento da
primeira parcela da venda da
Varig Operações, fatia da empresa que reúne linhas domésticas e internacionais. Se o pagamento não ocorresse, o juiz
definiria a escala de devolução
das aeronaves.
A NV Participações, empresa
do TGV (Trabalhadores do
Grupo Varig), não fez o pagamento de US$ 75 milhões conforme o previsto no edital, e a
venda foi anulada pela Justiça.
A VarigLog já iniciou conversas com empresas de leasing e
voltou a depositar ontem recursos para garantir a regularidade do fluxo de caixa da Varig
por mais 24 horas.
A empresa não informou o
valor, mas fontes do setor afirmam que a cifra é próxima dos
R$ 8 milhões depositados na
última segunda-feira. À Justiça, a VarigLog informou que
poderia emprestar até US$ 20
milhões para que a Varig sobreviva até um novo leilão.
A VarigLog ofereceu US$ 485
milhões por 90% do controle
das operações da Varig. Na prática, não pagaria nada para assumir a empresa; o dinheiro seria usado em investimentos.
A ex-subsidiária oferece 5%
de participação para trabalhadores e 5% para a "velha Varig".
Segundo a proposta, os recursos podem ser aplicados em capital de giro, recuperação de
aviões, negociação com arrendadores, fornecimento de combustível e no uso da infra-estrutura aeroportuária.
A Folha apurou que a oferta
pode sofrer modificações para
contemplar alguns dos principais credores, além de aspectos
técnicos. A proposta não inclui
recursos para o Aerus, fundo de
pensão dos funcionários, e um
dos principais opositores à primeira proposta apresentada
pela VarigLog em abril.
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