São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 2006

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VarigLog antecipa nova parcela para que a Varig continue no ar

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A Justiça do Rio de Janeiro deve decidir hoje se a proposta de compra da Varig apresentada pela VarigLog é viável. Na última segunda-feira, a Justiça estendeu o prazo para que a ex-subsidiária da Varig apresente os detalhes da oferta.
A principal preocupação é com a continuidade da "velha Varig", a parcela da empresa que segue em recuperação judicial e que carrega o passivo da empresa. As dívidas somam R$ 7,9 bilhões. Se a proposta for considerada factível, a Justiça deve convocar uma assembléia de credores e realizar, em seguida, novo leilão.
O fechamento de uma proposta de compra é considerado fundamental para a continuidade das operações da Varig. A empresa tem audiência marcada para hoje com o juiz Robert Drain, da Corte de Falências de Nova York.
Na semana passada, Drain estendeu o prazo de uma liminar que protege cerca de 25 aviões da Varig de arresto até 21 de julho, mas condicionou esse novo prazo ao pagamento da primeira parcela da venda da Varig Operações, fatia da empresa que reúne linhas domésticas e internacionais. Se o pagamento não ocorresse, o juiz definiria a escala de devolução das aeronaves.
A NV Participações, empresa do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), não fez o pagamento de US$ 75 milhões conforme o previsto no edital, e a venda foi anulada pela Justiça.
A VarigLog já iniciou conversas com empresas de leasing e voltou a depositar ontem recursos para garantir a regularidade do fluxo de caixa da Varig por mais 24 horas.
A empresa não informou o valor, mas fontes do setor afirmam que a cifra é próxima dos R$ 8 milhões depositados na última segunda-feira. À Justiça, a VarigLog informou que poderia emprestar até US$ 20 milhões para que a Varig sobreviva até um novo leilão.
A VarigLog ofereceu US$ 485 milhões por 90% do controle das operações da Varig. Na prática, não pagaria nada para assumir a empresa; o dinheiro seria usado em investimentos.
A ex-subsidiária oferece 5% de participação para trabalhadores e 5% para a "velha Varig". Segundo a proposta, os recursos podem ser aplicados em capital de giro, recuperação de aviões, negociação com arrendadores, fornecimento de combustível e no uso da infra-estrutura aeroportuária.
A Folha apurou que a oferta pode sofrer modificações para contemplar alguns dos principais credores, além de aspectos técnicos. A proposta não inclui recursos para o Aerus, fundo de pensão dos funcionários, e um dos principais opositores à primeira proposta apresentada pela VarigLog em abril.


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