São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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Dow Jones pode ter o pior junho desde 1930

DA REDAÇÃO

O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, caminha para ter o pior junho desde 1930, quando os Estados Unidos passavam pela Grande Depressão. Restando ainda o pregão de segunda-feira, o índice já caiu 10,22% no mês, maior queda em 78 anos, quando ele retrocedeu 18%.
Para que isso não aconteça, o índice Dow Jones (composto por 30 grandes empresas como Coca-Cola, Microsoft e GM) terá que subir mais de 1,05% na segunda-feira, o que não acontece desde o dia 13 (alta de 1,37%). Caso isso ocorra, o pior junho desde 1930 continuará com o de 1962.
O mês de junho foi especialmente ruim para a Bolsa de Nova York -as duas maiores queda do ano foram registradas nas últimas três semanas. A desvalorização de 3,13%, que ocorreu no dia 6, foi a segunda maior desde março de 2003, só perdendo para o 3,29% de 27 de fevereiro de 2007, após as perdas expressivas na Bolsa de Xangai (China) gerarem uma onda de temor pelos mercados financeiros mundiais. Anteontem, o índice Dow Jones recuou 3,03% e atingiu o seu menor nível desde setembro de 2006.
Dos 19 pregões realizados neste mês, 13 terminaram negativos. Antes do dia 6, o pior resultado do ano tinha ocorrido em 5 de fevereiro: desvalorização de 2,93%. No ano, o índice Dow Jones acumula queda de 14,5%.
Ontem, o índice Dow Jones caiu mais 0,93% e se aproximou do chamado "bear market", quando o mercado acumula desvalorização de 20% desde o seu pico. Com a queda de ontem, ele já caiu 19,89% desde 9 de outubro do ano passado, quando chegou ao seu nível máximo: 14.164,53 pontos.
A última vez que a Bolsa de Nova York entrou nesse período foi de 2000 a 2003, entre o estouro da bolha da internet e a recessão econômica dos EUA. Em média, eles duram cerca de dez meses.
Como aconteceu anteontem, o principal motivo para a queda no mercado foi as previsões sobre bancos. Para analistas do Merrill Lynch, o Lehman Brothers vai ter uma baixa contábil (revisão dos valores de ativos) de US$ 5,4 bilhões no segundo trimestre, devido ao rebaixamento das notas de seguradoras de títulos de dívida como MBIA e Ambac pelas agências de classificação de risco.
"As notícias sobre os resultados são de que o segundo trimestre provavelmente será pior do que imaginávamos", afirmou Ron Sweet, vice-presidente da USAA Investment Management. "As velhas notícias continuam rondando: são os preços de energia, são as baixas contábeis dos bancos, é a desaceleração da economia".
As ações do JPMorgan Chase foram as que mais caíram ontem entre as empresas do índice Dow Jones, 3,5%. Mas outras empresas ligadas ao setor financeiro também tiveram desvalorização em seus papéis. Os do Citigroup, o maior banco dos Estados Unidos, tiveram queda de 2,38%, e os do American Express, 2,19%. As ações do Lehman Brothers, que não fazem parte do Dow Jones, recuaram 1,59%.
Mais amplo, o S&P 500, formado por 500 empresas, retrocedeu 0,37% ontem. Já a Nasdaq, que reúne empresas de alta tecnologia, caiu 0,25%. Na Europa, as Bolsas de Paris e Frankfurt se desvalorizaram em 0,65% e 0,58%, respectivamente. Já Londres teve alta de 0,21%. O mercado mexicano se valorizou em 0,33%.
Na Ásia, que operou ainda sobre o impacto negativo de anteontem, a Bolsa de Tóquio recuou 2,01%. Em Hong Kong, a queda foi de 1,84%.


Com a Bloomberg

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