São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Brasil perde espaço para China na Argentina

O Brasil deixou de exportar um volume de US$ 90 milhões para a Argentina no primeiro quadrimestre do ano pela substituição de produtos brasileiros por chineses no país. Segundo levantamento da Fiesp, a participação brasileira na pauta de importação argentina está em trajetória de queda enquanto a China ganha mercado.
O efeito contrário, ou seja, a substituição de importações argentinas da China por produtos do Brasil, também ocorre, mas em menor intensidade. O cálculo da Fiesp é que o Brasil "roubou" da China um volume de exportações equivalente a US$ 36,6 milhões.
No saldo final, no entanto, a China levou uma vantagem de US$ 52,3 milhões sobre o Brasil no mercado argentino, apenas no primeiro quadrimestre.
"A Argentina deixar de comprar do Brasil para negociar com a China é um absurdo. É inadmissível o desvio do comércio no âmbito do Mercosul", afirma o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
A projeção da Fiesp é que o "market share" das importações brasileiras sobre o total das compras argentinas caia de 32,1% para 27,6% entre 2008 e 2009. Para os produtos chineses, a expectativa é de aumento de 9,5% para 11,8% do total importado pelo país.
Segundo o estudo, a crise econômica provocou uma queda de 35% na média mensal de importação argentina neste ano. No Brasil, o recuo superou a média e, na China, ficou abaixo dela -retração de 44% e 32%, respectivamente.
O setor mais prejudicado por esse deslocamento é a indústria, de acordo com a pesquisa. A retração da importação argentina de produtos de origem industrial foi de quase 40% para os brasileiros e de apenas 6% para os chineses.
Entre os produtos que a China está ocupando o espaço do Brasil no mercado argentino estão calçados, borracha, têxteis e máquinas -setores em que a Argentina impôs barreiras de entrada aos produtos brasileiros.
Para a Fiesp, um dos motivos que justifica a retração acima da média das exportações brasileiras à Argentina é a demora para a liberação dos produtos na alfândega. Segundo a federação, o tempo de espera chega a 150 dias para alguns produtos. A OMC estabelece como limite de liberação de licenças de importação o prazo de 60 dias.

COSTURANDO A REDE
A Pronto!, empresa de imóveis prontos do Grupo Lopes, começou a credenciar imobiliárias para expandir sua rede e seu portfólio. Hoje, a empresa possui 26 unidades, incluindo cinco parceiras credenciadas, mas quer chegar a cem até o final do ano. "Com a parceria, nós podemos vender os imóveis da carteira das imobiliárias, e eles, da nossa. Com mais produtos no portfólio e exposição maior, as vendas devem crescer", afirma Lucas Penteado, diretor comercial e de novos negócios da Pronto!. Criada no final do ano passado, a empresa teve uma queda nas vendas durante a crise, mas já sente o mercado em recuperação. "O mercado de imóveis prontos é o primeiro a se reaquecer." Hoje, a empresa tem cerca de 15 mil imóveis em sua carteira, sem considerar os parceiros.

ETH mantém investimentos mesmo com preço baixo do álcool
O preço deprimido do álcool não vai atrapalhar os planos de investimento da ETH, a empresa do setor sucroalcooleiro do Grupo Odebrecht. A companhia prevê investir R$ 5 bilhões para se tornar uma das dez maiores empresas do mundo.
A afirmação é do presidente da empresa, José Carlos Grubisich, ao comentar o fato de o litro do etanol estar sendo vendido por um preço de cerca de R$ 1,10 na bomba, enquanto a gasolina está em R$ 2,20.
Segundo ele, a vantagem da ETH é estar com volume de produção baixo, por iniciar as operações agora. Mesmo assim, toda a cana extraída está voltada para a produção do açúcar.
Para a próxima safra, quando a ETH já estiver apresentando uma produção mais significativa, a expectativa de Grubisich é de recuperação dos preços do etanol.
O preço baixo de hoje está provocando um aumento de 25% no consumo do etanol, o que vai se refletir no preço no futuro. "O mercado é uma ferramenta poderosa de desenvolvimento", diz Grubisich.
INOVAÇÃO
O pacote a ser divulgado amanhã pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve incluir medidas do BNDES de incentivo a projetos de inovação.

NO CÉU
A TAM vai monitorar a emissão de CO2 de suas aeronaves nas rotas de Londres, Paris, Madri, Frankfurt e Milão, para atender aos requisitos ambientais da União Europeia. De acordo com o presidente da companhia, David Barioni Neto, o plano de monitoramento deverá ser entregue para as autoridades europeias no mês de agosto.

NO FUNDO
O Banco do Brasil lança, a partir de amanhã, outra opção de fundo de investimento, o BB Multimercado Capital Protegido IX, destinado a investidores com aplicações financeiras superiores a R$ 300 mil. O valor mínimo de aplicação é R$ 10 mil.

COPO CHEIO
A Brasil Brau 2009, maior feira do setor cervejeiro do país, recebeu um público 25% maior neste ano do que na edição passada. A próxima edição, em 2011, está prevista para os dias 5 a 7 de julho, em São Paulo. O evento já está com 43% do espaço ocupado.


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