São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 2006

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CONTRIBUIÇÃO

Governo quer reduzir multa do FGTS paga por empresas

Adriano Machado - 19.jul.06/Folha Imagem
Marinho (Trabalho), para quem adicional do FGTS pode cair


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, vai propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a redução da alíquota da multa rescisória do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) de 50% para 40%. Segundo ele, a discussão deve ficar para depois das eleições. A redução pode ocorrer até o final do ano.
A multa de 50% está em vigor desde setembro de 2001. Até então, os empregadores tinham de pagar 40% do saldo do FGTS dos trabalhadores nas demissões sem justa causa. Mas em 2001 foi sancionada a lei com as regras para pagamento das perdas do fundo com os planos econômicos Verão e Collor 1.
Para pagar a dívida, o governo elevou de 8% para 8,5% a alíquota mensal de recolhimento ao FGTS. O adicional vai para uma reserva específica. O mesmo ocorreu com a multa rescisória de 40%, que passou para 50%. Os dez pontos percentuais adicionais não vão para o trabalhador demitido, mas para o pagamento da dívida.
A lei determina que o aumento para 8,5% vigoraria até o final deste ano. Para a multa, porém, não foi estabelecido prazo. "Eu estou propondo que a gente discuta a redução da multa para retornar aos 40%. Não tem por que manter os 10%. É muito possível que o presidente não queira fazer agora para não ser acusado, de novo, de estar fazendo campanha eleitoral", afirmou Marinho.
Ele disse que, se houver apoio da sociedade, a discussão pode ser antecipada. Segundo o ministro, a redução pode ser indicada a Lula pelo Conselho Curador do FGTS -Marinho é o presidente do colegiado. "O conselho pode recomendar ao governo que retorne aos 40%."
Para acabar com o adicional, o governo precisa editar uma medida provisória ou enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional. O debate sobre o fim do adicional de dez pontos percentuais foi levantado pelo setor produtivo porque o governo planeja destinar R$ 15 bilhões do FGTS para o financiamento de obras de infra-estrutura.
Esses recursos atualmente são aplicados em títulos da dívida pública, e o redirecionamento não afetaria o saldo que os trabalhadores têm em suas contas. Os empresários afirmam que, se há sobra de recursos, o governo pode desonerar os empregadores. (JULIANNA SOFIA)


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