São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 2006

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PACOTE CAMBIAL

Gasto com cartão em real em "free shop" fica isento de IOF

SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A autorização para que as compras nos "free shops" brasileiros sejam pagas com reais e também com cartão de crédito tornará mais baratas as compras nessas lojas. Isso porque despesas feitas fora do Brasil e pagas com cartão de crédito internacional estão sujeitas ao pagamento de IOF (Imposto sobre movimentação financeira), no valor de 2%.
"A vantagem dependerá da cotação fixada pelo "free shop'", explicou o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE), Júlio Sérgio Gomes de Almeida. Nos cálculos da Receita Federal, a perda de arrecadação ficará próxima de R$ 10 milhões por ano.
A regulamentação das alterações que está sendo preparada pela equipe econômica também reduzirá o custo de remessas e recebimentos de recursos em moeda estrangeira e de compra de divisas. Isso porque será extinta a exigência de contrato de câmbio na hora de adquirir dólares para viagem ou de enviar ou receber quantias do exterior até US$ 3.000.
Com isso, um decasségui que envia dinheiro do Japão para o Brasil, por exemplo, fará só um registro simplificado, com sua identificação e a do destinatário, em vez de um contrato de câmbio. O mesmo valerá para o turista que comprar moeda estrangeira para viajar. A expectativa de Almeida é que o fim dessa exigência reduzirá as tarifas cobradas pelos bancos nessas operações.
Hoje, a tarifa para mandar US$ 3.000 para um parente no exterior por meio de ordem da pagamento no Banco do Brasil é de cerca de R$ 100. No caso de compras de moeda estrangeira diretamente na agência bancária, o custo é de cerca de 3% do volume total para os correntistas (R$ 3) ou 4%, no caso de a pessoa não ser cliente do BB.
As novas regras, que serão publicadas nos próximos dias, apertarão o cerco à sonegação de impostos. Os técnicos estão aproveitando as mudanças para fechar brechas que permitem que empresas driblem a incidência de Imposto de Renda sobre pagamento e remessas para o exterior. "Quem quiser se habilitar a manter 30% das receitas no exterior terá que seguir um conjunto de regras", disse Almeida.


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