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Queda da semana custa R$ 100 bilhões à Bovespa
Bolsa esboça reação, mas fecha em nova baixa, de 1,8%; na semana, recuo é de 7,8%
Dólar cai 1,56% e risco-país recua 4,5% após ter subido 21% na véspera; secretário dos EUA vê turbulência como "alerta a investidores"
Koji Sasahara/Associated Press
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Investidor observa índices de ações em queda em Tóquio |
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
No último dia de negócios da
semana, a turbulência diminuiu no mercado financeiro
global. Mas as Bolsas de Valores ainda não conseguiram
reencontrar o caminho da valorização. A Bovespa até operou
em alta por alguns instantes,
mas perdeu força e fechou ontem em baixa de 1,8%.
A semana foi ruim para a Bolsa de Valores de São Paulo, que
acumulou perdas de 7,86% no
período. Essa queda representou o desaparecimento de cerca
de R$ 100 bilhões no valor de
mercado das empresas listadas
na Bovespa no período. No acumulado do ano, porém, a Bovespa ainda tem alta de 19%.
Mesmo com o PIB (Produto
Interno Bruto) americano
apresentando resultado melhor que o esperado no segundo
trimestre do ano -expansão
anualizada de 3,4%-, as Bolsas
dos EUA também não conseguiram voltar ao azul.
O índice Dow Jones, o mais
importante da Bolsa de Nova
York, terminou o dia com baixa
de 1,54%. Para a Nasdaq, a queda ficou em 1,43%.
Ninguém sabe prever quando os temores em relação à deterioração do mercado americano de crédito imobiliário de
maior risco irão se dissipar. Assim, os mercados financeiros
podem ainda ter pregões de
muito sobe-e-desce.
"A forte queda das Bolsas, em
processo de diminuição de exposição ao risco por todo o
mundo, poderá ainda ser sentida na próxima semana", disse
Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos. "O
mercado acionário brasileiro
deve permanecer altamente
volátil no curto prazo."
A Europa sofreu com quedas
mais brandas, mas não escapou
de mais um dia de perdas. A
Bolsa de Frankfurt recuou
0,76%, acompanhada de Londres (-0,58%), Paris (-0,55%) e
Milão (-0,32%).
Para Wall Street, foi a pior semana desde setembro de 2002.
O índice Dow Jones, que havia
batido sucessivos recordes de
alta neste ano, acumulou perdas de 4,23% desde segunda.
Sobre a tumultuada semana,
o secretário do Tesouro dos
EUA, Henry Paulson, disse ontem que ela serve de "alerta aos
investidores".
Os pregões de terça e quinta
foram os piores da semana.
Analistas e investidores ainda
têm muitas dúvidas sobre os reflexos e alcances da crise que
afeta o segmento de crédito
imobiliário nos EUA. Nos últimos dias, cresceu o temor de
que a crise, antes focada nos
créditos a pessoas com histórico de más pagadoras, espalhe-se para o resto do mercado, um
cenário que afetaria com mais
força o desempenho da maior
economia do mundo.
Câmbio se acalma
No mercado de câmbio brasileiro, o dólar devolveu parte da
alta registrada na quinta-feira,
que foi de 3,27%.
Ontem, o dólar recuou 1,56%,
voltando a ficar abaixo de R$
1,90 (fechou as operações vendido a R$ 1,897). O Banco Central marcou presença no mercado de câmbio e comprou em
leilão montante estimado em
US$ 50 milhões, sem que as cotações reagissem à atuação.
Na semana, a moeda norte-americana teve elevação de
2,15% diante do real. Mas no
mês ainda registra desvalorização de 1,66%.
O risco-país (que mede a confiança externa na economia
brasileira), que disparou 21%
anteontem, chegou ao fim do
dia a 212 pontos, um recuo de
4,5%.
Ganhos na Bolsa
No pregão de ontem, altas
não faltaram na Bolsa paulista.
No topo dos ganhos, apareceu a
ação preferencial da Sadia. O
aumento do lucro da empresa
no segundo trimestre surpreendeu e agradou aos investidores. A ação da Sadia terminou o pregão de ontem com valorização de 7,39% no pregão.
Outras ações que tiveram desempenho bem favorável ontem foram Acesita ON (5% de
alta), Perdigão ON (4,63%) e
Vivo PN (3,7%).
Durante o pregão de ontem,
o índice Ibovespa, que reúne as
ações mais negociadas do mercado doméstico, chegou a sair
do vermelho, alcançando, na
máxima, valorização de 0,95%.
Mas, com o cenário internacional ainda adverso, a alta não se
sustentou.
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