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Turbulência pode frear abertura de capital
Administradora de shoppings com participação do ex-BC Armínio Fraga interrompe processo de lançamento de ações
No exterior, crise nos mercados também ameaça
abertura de capital de fundos de "private equities", que tem participação em empresas
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
A mais recente turbulência
nos mercados internacionais
ameaça a onda de IPO (Oferta
Pública de Ações, na sigla em
inglês) brasileira e internacional e ainda força o adiamento
de grandes negócios. A administradora de shoppings
Aliansce, capitaneada pelo ex-presidente do Banco Central
Armínio Fraga, pediu a interrupção de seu processo de
abertura de capital por conta
do nervosismo nas Bolsas.
A estréia dos negócios, um
dos mais aguardados no mercado por conta da presença de
Fraga entre os controladores,
deveria acontecer na segunda.
O último dia para pedir a reserva dos papéis foi na quarta, mas
ainda não há previsão de retomada do processo. "A interrupção foi feita em razão das condições adversas do mercado de
capitais em todo o mundo, que
têm trazido volatilidade excessiva às Bolsas. Com o intuito de
resguardar os interesses de
seus acionistas e futuros investidores, a Aliansce preferiu não
realizar a operação no momento", disse a administradora.
A incorporadora Cyrela informou ontem ter adiado uma
emissão internacional de bônus no valor de R$ 500 milhões
devido às condições adversas
nos mercados financeiros.
Apesar da crise, continuam
mantidas para segunda-feira as
estréias das ações da Universidade Estácio de Sá e da General
Shopping. Na terça, será a vez
da estréia das novas ações do
Banrisul (Banco do Estado do
Rio Grande do Sul). Com essas
três ofertas, a Bovespa já soma
52 vendas de novas ações em
2007. O volume de dinheiro levantado chega a R$ 39,78 bilhões, sendo que 70% vêm de
investidores estrangeiros.
Prevendo efeitos das férias
nos EUA, várias empresas
adiantaram suas ofertas de
ações para até o início de julho.
No exterior, a crise também
deve jogar um balde água fria
na onda de IPOs dos fundos de
"private equities" (participação
em empresas), especialmente
após a performance fraca dos
papéis do Blackstone. O fundo
atraiu a atenção do governo
chinês, que investiu US$ 3 bilhões de suas reservas, e levantou US$ 4,1 bilhões no mercado
acionário. No primeiro dia, as
ações subiram 13,1%. Ontem,
porém, estavam com preço
21,6% mais baixo do que o valor
fechado no IPO.
A próxima oferta seria do
fundo KKR (Kohlberg Kravis
Roberts & Co), outro gigante
entre os "private equities". A
expectativa era captar US$ 1,25
bilhão com a abertura de capital, que agora está sem data. A
KKR nem mesmo conseguiu
levantar US$ 10 bilhões em empréstimos para comprar a rede
varejista Alliance Boots.
A Cadbury Schweppes,
maior fabricante de doces do
mundo, decidiu adiar a venda
de sua divisão de bebidas nos
EUA. A subsidiária produz os
refrigerantes 7 Up e Dr. Pepper.
A Cadbury tinha, pelo menos,
dois interessados na fábrica de
refrigerantes. A montadora
americana Chrysler adiou uma
emissão de dívida privada.
Com agências internacionais
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