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Dólar fecha cotado a
R$ 1,875 e acumula
queda de 20% no ano
Para analista, moeda pode caminhar para R$ 1,60 nos
próximos meses; BC comprou US$ 6,6 bi em junho
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar iniciou a semana em
rota de baixa. Vendida a R$
1,875, a moeda norte-americana encerrou no menor nível
desde setembro de 2008. Somente ontem, houve depreciação de 1,16% na cotação.
Se o cenário não trouxer novidades desanimadoras, analistas preveem a continuidade do
atual movimento vivido pelo
câmbio. Ou seja, o real pode se
apreciar ainda mais.
Para Alex Agostini, economista-chefe da consultoria
Austin Rating, "não só o dólar
tende a permanecer se enfraquecendo, como é possível que
caminhe para R$ 1,60 nos próximos meses".
A depreciação da moeda norte-americana alcança os
19,67% neste ano. Para chegar a
seu piso registrado antes do
agravamento da crise, que foi o
R$ 1,559 de agosto do ano passado, a moeda tem de recuar
mais 16,85%.
Neste mês, o dólar soma depreciação de 4,53%. No pregão
de ontem, segundo profissionais do mercado, destacaram-se duas grandes operações entrada de recursos no país, uma
feita por um banco e outra por
uma empresa.
Com o cenário econômico internacional menos turbulento,
as intervenções do Banco Central no mercado de câmbio não
têm tido força para conter a
queda da moeda. Apenas em junho, as intervenções realizadas
pelo BC no câmbio totalizaram
US$ 6,6 bilhões.
"A retomada do processo de
desvalorização do dólar ressuscita o velho debate sobre a necessidade de intervenção do BC
no mercado cambial para reverter, ou ao menos amenizar,
esse movimento. Mas a dinâmica que tem determinado o
atual comportamento do câmbio foge dos controles do BC",
afirma Agostini.
No mês passado, segundo dados do Banco Central, os investimentos externos em ações e
títulos de renda fixa brasileiros
somaram ingresso líquido de
US$ 1,6 bilhão.
No mercado acionário, até o
dia 22 deste mês, os estrangeiros aplicaram líquidos R$ 776,9
milhões em ações brasileiras.
No ano, os estrangeiros já trouxeram R$ 10,88 bilhões para a
Bolsa de Valores de São Paulo.
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