São Paulo, terça, 28 de julho de 1998

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MERCADO FINANCEIRO
Leilão do BNDES tem êxito; BC reduz juros

da Reportagem Local

O lançamento no mercado de São Paulo e do Rio de 1,5 bilhão de opções de venda do recibo de Telebrás, ontem, pelo BNDES, foi um sucesso, com procura maior do que a oferta. O Banco Central interveio novamente no mercado de juros do dia-a-dia, o over, e tomou dinheiro a 20,10% ao ano, contra 20,20% na sexta-feira.
A Bolsa de Valores de São Paulo abriu pessimista com a queda no Japão e seguiu as altas e baixas de Wall Street. No final do dia, se recuperou e fechou quase estável, com desvalorização de 0,1%. O índice Dow Jones, das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York, subiu 1,02% com as perspectivas de lucros maiores.
Em São Paulo, Telebrás PN (sem direito a voto) fechou em alta de 0,66% e Telebrás ON (com direito a voto), de 0,98%. Derrubaram o índice Bovespa as ações da Petrobrás PN (queda de 0,76%) e Telesp PN (queda de 0,68%).
O BNDES conseguiu pegar, no primeiro lote de opção de venda do recibo da Telebrás, o preço de R$ 144,05 por lote de mil e a procura foi tanta que, no último lote, o preço chegou a R$ 148 em São Paulo e R$ 149 no Rio.
Quem comprou opções de venda do recibo de Telebrás adquiriu o direito de vender o recibo (clone do que é a ação da Telebrás hoje) daqui a um ano.
Uma corretora que adquiriu grande lote de opções teve de vender ontem pela manhã muitas ações da Telebrás, quando o preço dos papéis estavam caindo. Como essa corretora não conseguiu comprar todas as opções que queria, acabou tendo de recomprar as ações de Telebrás à tarde, quando o preço subia. Perdeu dinheiro.
A maior parte das opções foi vendida a investidores estrangeiros, segundo avalia o mercado. Um bom indicador disso é que o total de recursos movimentados em ADRs de Telebrás (ações da empresa negociados em Nova York) chegou a R$ 624 milhões, contra volume total de R$ 683,35 milhões na Bolsa de São Paulo.
O Banco Central conseguiu derrubar os juros no over e nos mercados futuros com sua atuação. Mas o dólar comercial continuou pressionado e se afastou mais do piso da minibanda.
Hoje, o Tesouro vende papéis pós-fixados (3 milhões com vencimento em março e abril) e 500 mil notas de correção cambial.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)



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