São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2004

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SEM FÔLEGO

Crescimento anual foi revisto de 3% para 2,8% no 2º trimestre, o menor índice desde o 1º trimestre de 2003

Déficit comercial dos EUA derruba o PIB

DO "FINANCIAL TIMES"

A economia norte-americana desacelerou mais abruptamente do que se pensava no segundo trimestre deste ano. O crescimento do PIB dos EUA caiu para um índice anualizado de 2,8% entre abril e junho, contra uma estimativa inicial de 3%.
A revisão para baixo da estimativa de crescimento decorreu principalmente por conta de uma expansão do déficit comercial dos EUA. O crescimento das exportações foi revisado de 13,2% para 6,1%, e o aumento das importações, de 9,3% para 14,1%. Essas mudanças cortaram 1,3 ponto percentual da estimativa de crescimento anterior.
O trimestre foi o mais lento desde os primeiros três meses de 2003, com um crescimento muito abaixo dos 4,5% registrados no primeiro trimestre de 2004.
"Esses números reforçam a sensação de que o trimestre foi em geral uma grande decepção, depois de quatro trimestres muito fortes de crescimento", disse Geoffrey Somes, analista da Economy.com.
No entanto, o resultado ficou acima de estimativas de alguns analistas, que previam um recuo para 2,7% no período. "O crescimento econômico diminuiu, por enquanto, mas a expansão continua", afirmou Lynn Reaser, economista-chefe do Bank of America Management.

Consumo
Uma revisão para cima do aumento do consumo -de 1% para 1,6%- forneceu apenas um consolo modesto para o mercado. Os economistas disseram que a demanda continua anêmica. A taxa nesse período foi a menor desde o segundo trimestre de 2001. No primeiro trimestre deste ano, a aceleração no setor foi de 4,1%.
As compras de bens duráveis foi o item que puxou a elevação nos gastos dos consumidores. As compras de softwares, por exemplo, cresceram 13,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A taxa é maior do que a verificada no primeiro trimestre.
O impacto do déficit comercial foi em parte compensado pelo aumento dos estoques das companhias. As empresas acumularam mais US$ 57,7 bilhões em estoques, em um índice anualizado no segundo trimestre, contra US$ 40 bilhões no primeiro.
Mas alguns economistas temem que isso reflita a incapacidade das empresas de vender seu excedente de suprimentos, em vez de um esforço consciente para aumentar as reservas na expectativa de um aumento de demanda.
O resultado é uma má notícia para a campanha do presidente George W. Bush (republicano) à reeleição. Membros da candidatura de seu rival, o democrata Jonh Kerry, já começaram a usar os números como instrumento de campanha. Roger Altman, assessor de Kerry, viu na queda um sinal do fracasso econômico do governo Bush. "A economia claramente não está crescendo, como vem dizendo o governo Bush", disse ele.


Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves


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