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SEM FÔLEGO
Crescimento anual foi revisto de 3% para 2,8% no 2º trimestre, o menor índice desde o 1º trimestre de 2003
Déficit comercial dos EUA derruba o PIB
DO "FINANCIAL TIMES"
A economia norte-americana
desacelerou mais abruptamente
do que se pensava no segundo trimestre deste ano. O crescimento
do PIB dos EUA caiu para um índice anualizado de 2,8% entre
abril e junho, contra uma estimativa inicial de 3%.
A revisão para baixo da estimativa de crescimento decorreu
principalmente por conta de uma
expansão do déficit comercial dos
EUA. O crescimento das exportações foi revisado de 13,2% para
6,1%, e o aumento das importações, de 9,3% para 14,1%. Essas
mudanças cortaram 1,3 ponto
percentual da estimativa de crescimento anterior.
O trimestre foi o mais lento desde os primeiros três meses de
2003, com um crescimento muito
abaixo dos 4,5% registrados no
primeiro trimestre de 2004.
"Esses números reforçam a sensação de que o trimestre foi em
geral uma grande decepção, depois de quatro trimestres muito
fortes de crescimento", disse
Geoffrey Somes, analista da
Economy.com.
No entanto, o resultado ficou
acima de estimativas de alguns
analistas, que previam um recuo
para 2,7% no período. "O crescimento econômico diminuiu, por
enquanto, mas a expansão continua", afirmou Lynn Reaser, economista-chefe do Bank of America Management.
Consumo
Uma revisão para cima do aumento do consumo -de 1% para
1,6%- forneceu apenas um consolo modesto para o mercado. Os
economistas disseram que a demanda continua anêmica. A taxa
nesse período foi a menor desde o
segundo trimestre de 2001. No
primeiro trimestre deste ano, a
aceleração no setor foi de 4,1%.
As compras de bens duráveis foi
o item que puxou a elevação nos
gastos dos consumidores. As
compras de softwares, por exemplo, cresceram 13,6% em relação
ao mesmo período do ano passado. A taxa é maior do que a verificada no primeiro trimestre.
O impacto do déficit comercial
foi em parte compensado pelo aumento dos estoques das companhias. As empresas acumularam
mais US$ 57,7 bilhões em estoques, em um índice anualizado no
segundo trimestre, contra US$ 40
bilhões no primeiro.
Mas alguns economistas temem
que isso reflita a incapacidade das
empresas de vender seu excedente de suprimentos, em vez de um
esforço consciente para aumentar
as reservas na expectativa de um
aumento de demanda.
O resultado é uma má notícia
para a campanha do presidente
George W. Bush (republicano) à
reeleição. Membros da candidatura de seu rival, o democrata
Jonh Kerry, já começaram a usar
os números como instrumento de
campanha. Roger Altman, assessor de Kerry, viu na queda um sinal do fracasso econômico do governo Bush. "A economia claramente não está crescendo, como
vem dizendo o governo Bush",
disse ele.
Tradução: Luiz Roberto
Mendes Gonçalves
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