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Pronunciamento
piorou imagem de Lula, diz estudo
DE BUENOS AIRES
Depois do pronunciamento
que fez no último dia 12, quando se disse "traído" e "indignado" diante das denúncias de
corrupção, a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
"caiu" nos meios internacionais. No período posterior ao
seu discurso, a maior parte dos
jornais passou a vê-lo como
provável envolvido na corrupção em seu governo, segundo a
Global News.
O levantamento da empresa
mostra que, nas primeiras semanas deste mês, 62% dos textos publicados nos meios pesquisados apresentavam o presidente com um tom de inocente em relação às denúncias.
No período após o pronunciamento, até o dia 23, o índice
caiu para 47%. Na avaliação de
Laura Garcia, presidente da
Global News, isso ocorreu pelo
fato de o presidente, em seu
pronunciamento, ter vindo a
público dizer que o PT e o governo devem desculpas.
O fato de Lula ter feito o discurso também deu, de acordo
com ela, uma dimensão do tamanho que o problema alcançou no Brasil.
Na avaliação de Garcia, nos
últimos anos, com a crise prolongada na Argentina, o Brasil
passou a ter uma imagem de liderança internacional.
"Isso aconteceu devido à mudança política, com a chegada
de Lula à Presidência e à forma
com que seu governo manejou
a economia", diz.
"A imagem de Lula estava
muito associada à imagem do
Brasil, e a honestidade era um
dos aspectos pelo qual era respeitado. O que ocorreu [as denúncias de corrupção] foi como um golpe no calcanhar-de-aquiles", completa a presidente
da empresa.
Em editorial publicado no
dia 14, o jornal espanhol "El
País", por exemplo, afirmou
ser "pouco verossímil" que o
presidente brasileiro não esteja
envolvido na corrupção.
"A reputação do presidente
brasileiro cambaleia à medida
que o escândalo de corrupção
que sacode o PT se aproxima,
com novas revelações, da figura de Luiz Inácio Lula da Silva",
diz trecho do editorial.
No mesmo dia, o diário mexicano "La Jornada" reproduziu um texto do professor de
sociologia da Universidade de
Nova York James Petras, intitulado "Não chorem por Lula".
"Quando Lula não for mais
capaz de comprar, convencer,
cooptar, corromper os congressistas ou manipular o povo
brasileiro e não for eficaz em
promover as reformas neoliberais, a elite governante o descartará como um preservativo
usado", afirma um trecho do
artigo.
(MP)
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