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Mercado Aberto
Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br
Estudo detecta alta concentração industrial
Depois da abertura do país às importações, no início da década de 90, a indústria brasileira vive uma nova fase que pode mudar a sua configuração. Enquanto se discute a taxa de expansão do PIB, se será abaixo
ou acima de 3,5%, pouco se fala
sobre a anatomia do crescimento industrial.
O economista Antonio Barros de Castro, diretor do
BNDES e um dos maiores especialistas em indústria do Brasil,
estudou o comportamento de
76 segmentos industriais e chegou a algumas conclusões preocupantes.
Uma das principais descobertas de Castro foi a de que o
setor cresce hoje de forma muito concentrada, que é uma característica dos períodos recessivos. "A difusão do crescimento na indústria está tão restrita
quanto nos anos de recessão",
diz Castro.
Em 2004, dos 76 segmentos
pesquisados, 9 contribuíram
para explicar 75% do crescimento de 8,3% registrado pela
indústria naquele ano. Já em
2005, ano em que o setor expandiu 3,1%, apenas cinco segmentos explicam a maior parte
do crescimento.
No primeiro semestre deste
ano, ocorre o mesmo fenômeno. São, segundo Castro, os
mesmos índices de difusão do
crescimento de anos recessivos, como os de 98 e 99. Esse resultado "aponta no sentido da
redução da integração sistêmica ou mesmo de uma especialização incipiente".
Os mais preocupantes, segundo Castro, são os setores
nos quais se concentra o crescimento. Dois deles, as indústrias
"extrativas" e de "refino de petróleo e álcool", cujas contribuições somam 34,7% para o
crescimento, estão associadas a
recursos naturais e pesquisas.
Já "máquinas para escritório e
equipamentos de informática"
e "máquinas, aparelhos e materiais elétricos", a primeira e a
quarta maiores contribuições
para o crescimento, possuem
alto conteúdo de importação.
A partir dessas informações,
Castro conclui que a indústria
brasileira estaria passando por
um processo de concentração
que parece avançar com grande
rapidez. "Não é esse o Brasil
que a gente conhece", diz.
O preocupante, segundo Castro, é que essa especialização
não é resultado de uma escolha
consciente do país, e sim de um
processo avassalador e ainda
pouco entendido. Para o economista, essa concentração contraria a atitude do governo brasileiro, expressa, por exemplo,
na nova política industrial e de
comércio exterior.
NA PONTE AÉREA
Líder brasileira em seguros, com 25% do mercado e
mais de 12 milhões de segurados, a Bradesco Seguros mudou. Antes concentrada no Rio, hoje a empresa divide
suas operações entre a capital fluminense e São Paulo. No
Rio, ainda se concentram as seguradoras especializadas
em automóveis, ramos elementares, saúde e vida e previdência. Em São Paulo, foi montada a controladora, uma
espécie de holding que concentra toda a parte financeira e
contábil da seguradora. No comando dessa reestruturação, Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do grupo Bradesco de Seguros e Previdência, divide-se hoje entre as
duas cidades. "Vivo na ponte aérea", afirma Cappi. No
primeiro semestre deste ano, a carteira do Bradesco cresceu quase 14%, um resultado bem acima do PIB. Trabuco
diz que há uma estrada grande para o seguro no Brasil.
"Nós vivemos hoje o século da insegurança, e o seguro cada vez mais aumenta de importância", diz. Trabuco prevê
que, em pouco tempo, o seguro, que hoje representa 3%
do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil, irá dobrar de
tamanho no país.
TEMPORADA DE GASTRONOMIA
O Caesar Park abre sua temporada de alta gastronomia
em setembro. A idéia, segundo o diretor de hotel do Caesar
Park - Faria Lima, Luis Calle, é transformar a unidade e a
carioca de Ipanema em pólos gastronômicos. O foco está na
alta cozinha contemporânea com influências da "nouvelle
cuisine" francesa. Batizado de Experiência Gastronômica, o
primeiro evento paulista acontece nos dias 19 e 20 do próximo mês com menu do chef francês Antoine Westerman, que
comanda cinco restaurantes da Europa e tem três estrelas
no guia "Michelin". "Uma programação como essa traz valor
agregado para o hotel", diz Calle, que programa seis edições
do festival para 2007. Já o Caesar Park Rio de Janeiro - Ipanema inaugura as experiências com um festival de foie gras
assinado pelo chef francês radicado em SP Erick Jacquin.
MAIS PAPEL
A Aracruz Celulose aumenta em 15%, este ano, os
investimentos no programa
de plantação de eucalipto e
compra de madeira de produtores independentes para
suas fábricas de celulose no
Espírito Santo, Rio Grande
do Sul, e para a Veracel, na
Bahia. Para Carlos Aguiar,
presidente da empresa, o total aplicado neste ano alcançará R$ 80 milhões e envolverá 3.500 pequenos, médios e grandes produtores.
MARKETING
Acontece nos dias 12 e 13
de setembro o Fórum de
Marketing Industrial, em
SP, no Gran Meliá Mofarrej.
No evento, serão discutidas
estratégias de preço, sustentabilidade e outros assuntos.
METROLOGIA
A metrologia entra em
pauta em setembro, no Rio,
durante o Imeko, um dos
maiores congressos mundiais da área, que pela primeira vez ocorre no Brasil,
de 17 a 22 de setembro. O
evento, que reúne especialistas internacionais de mais
de 15 países, tem como tema
"Metrologia para um Desenvolvimento Sustentável". O
Imeko é promovido pela
Confederação Internacional
de Medição a cada três anos,
desde 1958. No Brasil, tem
apoio da Abimaq.
PRODUÇÃO LIMPA
O Ciesp prepara, em parceria com Banco Real, o lançamento de uma linha de
crédito exclusiva para a produção mais limpa.
BOVESPA
+0,45%
DÓLAR
+0,14%
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