TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Originário do antigo Banco Central de Crédito, que surgiu com apenas uma agência no centro de São Paulo, em 1945, o Banco Itaú emprega hoje mais de 69 mil pessoas em cerca de 2.500 agências no país.
Com ativos totais de R$ 343,9 bilhões em junho, o Itaú ocupa desde os anos 1970 o terceiro lugar entre os bancos brasileiros, atrás do estatal Banco do Brasil e do Bradesco. Chega a passar o Bradesco no ranking do Banco Central, que exclui os negócios de Previdência e Seguros.
O Banco Itaú atingiu um valor de mercado de R$ 96,7 bilhões no final de junho e passou a figurar entre os dez maiores bancos das Américas, à frente dos americanos Morgan Stanley e Merrill Lynch, afetados pela grave crise financeira dos EUA, segundo a consultoria Economática.
Além do setor financeiro, o grupo Itaú -reunido na holding Itaúsa- atua nos ramos industrial, imobiliário e cultural, no controle de empresas como Duratex, Deca e Itautec.
Até o final da década de 1950, o Banco Federal de Crédito (nome que sucedeu o Banco Central de Crédito, em 1952) ocupava a 52ª posição entre os bancos privados e tinha atuação restrita a São Paulo, com sete agências na capital e 24 no interior. Olavo Setubal entrou no banco em 1959.
O primeiro computador IBM só chegou em 1964, ano em que o banco se fundiu com o mineiro Banco Itaú S.A., passando a adotar o nome de Banco Federal Itaú. Com 112 agências, o banco estendeu sua presença também aos Estados do Rio, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná e alçou ao posto de 16ª posição no ranking dos bancos.
O grande salto do Itaú se deu após 1965, com a reforma da lei bancária, quando o banco pôde constituir seu banco de investimento e abrir agências nas principais capitais brasileiras, ganhando escala no varejo.
Para adquirir volume de operações, o banco partiu para fusões e aquisições. Comprou o Banco Sul Americano do Brasil (1966), o Banco da América (1969), o Banco Aliança (1970), o Banco Português do Brasil (1973) e o Banco União Comercial (1974), quando dobrou de tamanho e se consolidou com o segundo maior banco privado.
Focado no atendimento ao cliente e em um marketing agressivo, o Itaú fez uma campanha no início dos anos 1970 com o apelo: "Ajude o Itaú a ser o primeiro". Criou em 1976 a segmentação dos clientes a partir da atribuição de estrelas aos melhores correntistas, sendo o cliente "cinco estrelas" conhecido como aquele que nunca tinha seu cheque devolvido.
Outra aposta foi nos serviços eletrônicos ainda no início dos anos 1980, quando a informática era desconhecida do grande público. Em 1979, saiu na frente ao desenvolver serviços eletrônicos a partir da Itautec, que depois seguiu sozinha como empresa de tecnologia.
A internacionalização começou em 1980, com a abertura de uma agência em Nova York. A maior aposta, no entanto, veio em 2006, com a compra do BankBoston, que atuava no varejo de alta renda, do Bank of America. No negócio, ficou com todo o varejo latino-americano, adquirindo posições relevantes no Chile e no Uruguai.
Com o fim da inflação alta no Brasil, voltou a fazer aquisições. Em 1995, compra o BFB (Banco Francês e Brasileiro). Em 1997, entrou no primeiro leilão de privatização e levou o Banerj (RJ). Depois, comprou o Bemge (MG), Banestado (PR) e BEG (GO).


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