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Provisório vira permanente
GUSTAVO PATÚ
Coordenador de Economia da Sucursal de Brasília
Sem apoio político para uma
reforma fiscal consistente, o governo tem lançado mão de remendos que se perpetuam e ampliam as distorções do gasto público e do sistema de impostos.
Há pelo menos três exemplos
de medidas que, anunciadas como provisórias e emergenciais,
ameaçam se tornar permanentes
por falta de alternativas: o FEF, a
CPMF (o "imposto do cheque") e
o adicional do Imposto de Renda
da Pessoa Física.
O FEF foi proposto pela primeira vez em 1993, com o nome imponente de Fundo Social de
Emergência e a promessa de
equilibrar as contas públicas em
94 e 95 para permitir o lançamento do Plano Real.
O fundo não impediu a explosão do déficit público em 95, mas
perdeu o "Social" e a "Emergência" do nome original e vem sendo prorrogado até hoje.
A CPMF também começou em
93 com um nome diferente,
IPMF, ambos "provisórios".
Era criticado pela própria equipe econômica. Depois, a CPMF
virou um ótimo tributo -por ser
de difícil sonegação.
O aumento do IR para os assalariados foi o ponto mais polêmico do pacote lançado em 97 para
acalmar os investidores internacionais assustados com a crise da
Ásia. A crise se dissipou antes do
previsto e o governo esqueceu o
resto do pacote, mas o IR continuará mais alto por mais tempo.
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