São Paulo, Sábado, 28 de Agosto de 1999
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CONJUNTURA
Queda do consumo reduziu a produção
Indústria paulista cai 2,7% em julho

ANTONIO CARLOS SEIDL
da Reportagem Local

A produção da indústria paulista apresentou queda de 2,7% em julho em comparação a junho. Em relação a julho de 98, o recuo foi bem mais acentuado, de 13,4%. As informações foram divulgadas ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Clarice Seibel, diretora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, disse que o nível de atividade da indústria paulista está sendo afetado negativamente pela perda do poder aquisitivo dos salários dos consumidores, devido ao repique da inflação que se seguiu à desvalorização cambial, e pelo mau desempenho das exportações de produtos manufaturados, que recuaram 15,3% em valor e 7,8% em volume entre janeiro e julho deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior.
"O mercado consumidor se tornou mais cauteloso. A desvalorização ocorrida em janeiro propiciou um processo de substituição das importações no segundo trimestre deste ano, mas, de lá para cá, esse processo perdeu fôlego", afirmou.
A produção da indústria paulista caiu 8,1% de janeiro a julho deste ano em comparação com igual período do ano passado. As vendas reais (descontada a inflação) tiveram quedas de 4% em julho deste ano em relação ao mês anterior e de 4,5% em relação a julho do ano passado.

Volatilidade
Segundo estimativa da Fiesp, a produção industrial do Estado de São Paulo vai crescer 2,8% neste mês em relação a julho, mas cairá 2,1% entre agosto e setembro deste ano.
Para Clarice Seibel, isso é reflexo da volatilidade atual das expectativas com relação à economia brasileira e da insegurança dos consumidores.
Segundo a diretora da Fiesp, as melhores perspectivas de crescimento da indústria paulista estão associadas ao aumento das exportações de produtos manufaturados.
"Isso só deverá ocorrer, na melhor das hipóteses, no ano que vem, já que os países da América Latina, que absorvem 42% das exportações de produtos manufaturados brasileiros, estão em recessão", disse.



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