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CONJUNTURA
Queda do consumo reduziu a produção
Indústria paulista cai 2,7% em julho
ANTONIO CARLOS SEIDL
da Reportagem Local
A produção da indústria paulista apresentou queda de 2,7% em
julho em comparação a junho.
Em relação a julho de 98, o recuo
foi bem mais acentuado, de
13,4%. As informações foram divulgadas ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo).
Clarice Seibel, diretora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, disse
que o nível de atividade da indústria paulista está sendo afetado
negativamente pela perda do poder aquisitivo dos salários dos
consumidores, devido ao repique
da inflação que se seguiu à desvalorização cambial, e pelo mau desempenho das exportações de
produtos manufaturados, que recuaram 15,3% em valor e 7,8% em
volume entre janeiro e julho deste
ano em relação ao mesmo período do ano anterior.
"O mercado consumidor se tornou mais cauteloso. A desvalorização ocorrida em janeiro propiciou um processo de substituição
das importações no segundo trimestre deste ano, mas, de lá para
cá, esse processo perdeu fôlego",
afirmou.
A produção da indústria paulista caiu 8,1% de janeiro a julho deste ano em comparação com igual
período do ano passado. As vendas reais (descontada a inflação)
tiveram quedas de 4% em julho
deste ano em relação ao mês anterior e de 4,5% em relação a julho
do ano passado.
Volatilidade
Segundo estimativa da Fiesp, a
produção industrial do Estado de
São Paulo vai crescer 2,8% neste
mês em relação a julho, mas cairá
2,1% entre agosto e setembro deste ano.
Para Clarice Seibel, isso é reflexo
da volatilidade atual das expectativas com relação à economia brasileira e da insegurança dos consumidores.
Segundo a diretora da Fiesp, as
melhores perspectivas de crescimento da indústria paulista estão
associadas ao aumento das exportações de produtos manufaturados.
"Isso só deverá ocorrer, na melhor das hipóteses, no ano que
vem, já que os países da América
Latina, que absorvem 42% das exportações de produtos manufaturados brasileiros, estão em recessão", disse.
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