São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2006

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Família com renda menor está mais otimista, diz FGV

Entre os que têm ganho familiar acima de R$ 9.600, confiança na economia cai 2,7%

Maioria dos consumidores pretende gastar no Dia da Criança valor igual ao que desembolsou em 2005; roupa é artigo predileto


JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O consumidor que tem renda familiar de até R$ 2.100 é o mais disposto a aumentar os gastos com presentes para o Dia da Criança, revela a Sondagem do Consumidor, divulgada ontem pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). A maioria (40,1%) dos consumidores, no entanto, pretende manter o mesmo padrão de gastos verificado no ano passado.
A pesquisa indica que 9,2% dos consumidores com renda domiciliar de até R$ 2.100 pretendem gastar mais do que em 2005. Na faixa das famílias que ganham entre R$ 2.100 e R$ 4.800, o percentual de entrevistados dispostos a desembolsar mais neste ano é de 7,7%.
A sondagem mostra que os consumidores de renda mais baixa são os mais confiantes no desempenho da economia. Em relação a setembro de 2005, início da série histórica, a confiança dos que têm renda domiciliar até R$ 2.100 cresceu 9,3%. Já a daqueles que têm renda domiciliar superior a R$ 9.600 caiu 2,7% no indicador.
A pesquisa apontou predileção dos adultos por artigos de vestuário como presentes. A opção foi citada por 16,59% dos entrevistados. As bonecas aparecem em segundo lugar, citadas por 9,61% dos consumidores. De forma geral, os consumidores pretendem gastar até R$ 50 no presente. No segmento de renda mais baixa, a maioria gastará de R$ 21 a R$ 50.

Fragilidade
Em setembro, a confiança do consumidor cresceu 0,5%, impulsionada pela confiança dos consumidores de renda mais baixa. O resultado mostra que os consumidores estão mais otimistas em relação ao futuro, mas ainda não vêem sinais de melhora na situação da economia e das finanças pessoais.
Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, o perfil da confiança mostra sinais de fragilidade. "A melhora do índice tem muito mais a ver com as expectativas do que com a situação presente. O aspecto negativo é que um índice de expectativas é, por definição, mais frágil do que a avaliação da situação atual." Ele ressaltou, no entanto, que em situação similar no ano passado, as expectativas favoráveis atuaram como um indicador antecedente da melhora da economia.
A pesquisa de setembro não captou a percepção dos consumidores em relação ao escândalo do dossiê. Segundo Quadros, a pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 21 de setembro, período em que o caso ainda não estava em evidência.
O resultado de setembro não foi melhor em razão do desempenho de São Paulo, que representa 40% da amostra e registrou queda de 2,9% no indicador da FGV. A pesquisa é realizada em sete capitais. Belo Horizonte mostrou o resultado mais otimista, com alta de 8,9% na confiança.
A expectativa do consumidor sobre a economia local cresceu 2,1% e atingiu 113,9. Com projeções favoráveis para os próximos seis meses, o consumidor está mais disposto a gastar com a compra de bens duráveis. O indicador de disposição para compras cresceu 3,1%.
A avaliação sobre a situação da economia local recuou 0,5%. Segundo Quadros, nos últimos meses houve deterioração desse indicador relacionada ao desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre.


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