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Família com renda menor está mais otimista, diz FGV
Entre os que têm ganho familiar acima de R$ 9.600, confiança na economia cai 2,7%
Maioria dos consumidores pretende gastar no Dia da Criança valor igual ao que desembolsou em 2005; roupa é artigo predileto
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O consumidor que tem renda
familiar de até R$ 2.100 é o
mais disposto a aumentar os
gastos com presentes para o
Dia da Criança, revela a Sondagem do Consumidor, divulgada
ontem pela FGV (Fundação
Getúlio Vargas). A maioria
(40,1%) dos consumidores, no
entanto, pretende manter o
mesmo padrão de gastos verificado no ano passado.
A pesquisa indica que 9,2%
dos consumidores com renda
domiciliar de até R$ 2.100 pretendem gastar mais do que em
2005. Na faixa das famílias que
ganham entre R$ 2.100 e R$
4.800, o percentual de entrevistados dispostos a desembolsar mais neste ano é de 7,7%.
A sondagem mostra que os
consumidores de renda mais
baixa são os mais confiantes no
desempenho da economia. Em
relação a setembro de 2005,
início da série histórica, a confiança dos que têm renda domiciliar até R$ 2.100 cresceu
9,3%. Já a daqueles que têm
renda domiciliar superior a R$
9.600 caiu 2,7% no indicador.
A pesquisa apontou predileção dos adultos por artigos de
vestuário como presentes. A
opção foi citada por 16,59% dos
entrevistados. As bonecas aparecem em segundo lugar, citadas por 9,61% dos consumidores. De forma geral, os consumidores pretendem gastar até
R$ 50 no presente. No segmento de renda mais baixa, a maioria gastará de R$ 21 a R$ 50.
Fragilidade
Em setembro, a confiança do
consumidor cresceu 0,5%, impulsionada pela confiança dos
consumidores de renda mais
baixa. O resultado mostra que
os consumidores estão mais
otimistas em relação ao futuro,
mas ainda não vêem sinais de
melhora na situação da economia e das finanças pessoais.
Segundo o coordenador de
Análises Econômicas da FGV,
Salomão Quadros, o perfil da
confiança mostra sinais de fragilidade. "A melhora do índice
tem muito mais a ver com as
expectativas do que com a situação presente. O aspecto negativo é que um índice de expectativas é, por definição,
mais frágil do que a avaliação da
situação atual." Ele ressaltou,
no entanto, que em situação similar no ano passado, as expectativas favoráveis atuaram como um indicador antecedente
da melhora da economia.
A pesquisa de setembro não
captou a percepção dos consumidores em relação ao escândalo do dossiê. Segundo Quadros, a pesquisa foi realizada
entre os dias 1º e 21 de setembro, período em que o caso ainda não estava em evidência.
O resultado de setembro não
foi melhor em razão do desempenho de São Paulo, que representa 40% da amostra e registrou queda de 2,9% no indicador da FGV. A pesquisa é realizada em sete capitais. Belo Horizonte mostrou o resultado
mais otimista, com alta de 8,9%
na confiança.
A expectativa do consumidor
sobre a economia local cresceu
2,1% e atingiu 113,9. Com projeções favoráveis para os próximos seis meses, o consumidor
está mais disposto a gastar com
a compra de bens duráveis. O
indicador de disposição para
compras cresceu 3,1%.
A avaliação sobre a situação
da economia local recuou 0,5%.
Segundo Quadros, nos últimos
meses houve deterioração desse indicador relacionada ao desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre.
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