São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2006

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Empresas devem mais a bancos do que em 2005

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com receita mais enxuta -resultado da queda nos resultados com exportações e da fraca demanda interna em certos setores-, as empresas devem mais dinheiro aos bancos neste ano. Também subiu o valor do calote realizado com cheques de janeiro a agosto nas companhias. A lenta redução dos juros, cobrados das empresas pelas instituições, ajuda a explicar esse cenário.
O valor da dívida do setor privado com bancos passou de uma média de R$ 3.242,98 no acumulado dos oito meses iniciais de 2005 para R$ 3.587,78 no mesmo período de 2006 -expansão de 10,6%. No caso dos cheques sem fundos, subiu 2,6% o valor médio dos papéis que não foram compensados por falta de fundos -o montante passou de R$ 1.207,38 para R$ 1.239,09 no período.
Na avaliação da área econômica da Serasa, que realizou a pesquisa divulgada ontem, fatores como o elevado custo financeiro do dinheiro -fruto de queda gradual e até elevação nos juros do mercado- e a valorização da moeda brasileira afetaram o caixa das companhias.
O Banco Central informa que, em sete linhas para operações bancárias para empresas, três registraram aumento nas taxas de julho para agosto, último período analisado. Nas outras quatro linhas, houve discreta queda. Para capital de giro, por exemplo, passou de 32,80% para 32,79% ao ano. Em desconto de duplicata, subiu de 37,18% para 37,58% ao ano.
Segundo a Serasa, porém, em agosto, a inadimplência das empresas caiu 6,7%.
Na avaliação da entidade, "a má concessão de crédito, sem metodologia adequada", também pode ter turbinado a expansão do valor do calote das empresas com os bancos no acumulado do ano. As instituições alteraram critérios de concessão para tentar impulsionar suas linhas internas e ampliar suas participações de mercado no segmento de crédito. Como resultado, maus pagadores podem ter sido beneficiados.


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