São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OPINIÃO ECONÔMICA

Caixa garante direitos dos trabalhadores

VALDERY ALBUQUERQUE

A caixa Econômica Federal, enquanto agente operador do FGTS, após um minucioso processo de planejamento, iniciou em junho de 2002 a efetivação dos créditos, no valor de R$ 42,4 bilhões, nas contas vinculadas de 38,8 milhões de trabalhadores, referentes à correção monetária dos planos Verão e Collor 1, e o pagamento, conforme calendário, àqueles que já haviam adquirido o direito ao saque.
As atividades foram acompanhadas por órgãos públicos de controle e empresas de auditoria independente, com o objetivo de atestar sua integridade e conferir transparência ao processo, princípio que sempre norteou e norteia a atuação da Caixa, especialmente quando se trata de resguardar o patrimônio individual do trabalhador e o patrimônio coletivo da sociedade.
Na etapa inicial, o primeiro grande desafio foi reunir as informações sobre todos os 113 milhões de contas do fundo, existentes em março de 1989 e maio de 1990, época dos planos econômicos, os quais se encontravam distribuídos em 78 bancos ex-depositários.
Quando da centralização das contas na Caixa, ocorrida em 1992, foram transferidos apenas os dados dos trabalhadores e dos empregadores com o saldo de cada conta, permanecendo na rede bancária seu histórico. A obtenção dessas informações, imprescindíveis aos cálculos dos valores dos complementos, foi facilitada graças à parceria firmada com a Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos).
O trabalho de recuperação das informações foi extremamente complexo, visto que os dados estavam, na sua grande maioria, armazenados em microfichas e microfilmes, com layouts e formas de indexação distintos.
Outra parceria importante foi realizada com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, para a distribuição e recepção dos formulários "termos de adesão", já assinados por 28,2 milhões de trabalhadores.
Os números apresentados a seguir demonstram a dimensão do desafio que, em face da grandiosidade, do ineditismo e do nível de detalhes, vem sendo enfrentado com pleno êxito pela Caixa.
Até o fim de setembro, a Caixa realizou 30 milhões de pagamentos de créditos complementares do FGTS, injetando na economia R$ 5,8 bilhões, com previsão de atingir R$ 9 bilhões até dez/02. Já foram realizados créditos em 64,3 milhões de contas, o que representa 53,9% do total das contas com direito aos referidos complementos.
Aproximadamente 34 milhões de extratos foram emitidos e postados com o objetivo de assegurar aos titulares das contas o máximo de informações. Cerca de 119 milhões de extratos foram colocados à disposição dos trabalhadores nas agências e nos postos de atendimento temporário, dos quais 53,9 milhões estão disponíveis também no site da Caixa na internet.
Os recursos colocados na economia -cerca de R$ 80 milhões por dia- foram responsáveis pela redução da inadimplência em diversas praças do país, pelo incremento da atividade comercial e pela redução do número de inscritos no SPC, conforme noticiado na imprensa. Diversos analistas econômicos afirmam que esses recursos têm sido responsáveis pelo aumento no nível da atividade econômica nestes últimos meses.
O número de pagamentos efetuados em apenas 80 dias ultrapassou o total realizado durante todo o ano de 2001, que foi de 18,2 milhões de saques. Nesse período, foi registrada uma média diária de pagamentos da ordem de 380 mil contas, com registros em vários momentos de aproximadamente 3.000 pagamentos simultâneos, por minuto.
As bases de dados do FGTS estão entre as maiores do mundo. Somente a base dos créditos complementares suporta cerca de 9 milhões de consultas e movimentações diárias, admitindo mais de 6.600 acessos simultâneos por segundo.
A busca de informações levou o site da Caixa a ocupar o segundo lugar no ranking mundial dos bancos mais acessados via internet, conforme pesquisa do Ibope eRatings em junho último. O telemarketing da Caixa registrou uma média de 266 mil ligações diárias, somente para fornecer informações sobre os créditos complementares.
A Caixa tornou disponíveis à população todos os seus canais de atendimento: rede de lotéricas, "cash-dispensers", salas de conveniência, correspondentes do Caixa-Aqui, crédito em conta na Caixa e na rede bancária, FGTS-Empresa e agências.
A Caixa adotou, ainda, outras providências: acresceu mil terminais à sua estrutura de auto-atendimento e 970 pontos de atendimento eletrônico; criou 67 postos de atendimento temporário, com o objetivo de prestar informações pertinentes aos créditos de correção complementar do FGTS; passou a oferecer à população um horário de funcionamento diferenciado em mais de 1.200 agências, com atendimento aos sábados; contratou 5.200 bancários temporários e treinou cerca de 20 mil empregados para o atendimento.
Com o objetivo de garantir aos trabalhadores o pagamento dos valores corretos, a Caixa confrontou as informações cadastrais e financeiras recebidas da rede bancária com aquelas constantes das adesões firmadas e realizou outras verificações automáticas com cadastros internos e de entidades, como o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Em conjunto com o Ministério do Trabalho e Emprego, a Caixa tomou a iniciativa para a edição da medida provisória 55/02, que autorizou a condição simplificada de saque para os trabalhadores com direito a receber até R$ 100,00 e para os titulares de contas vinculadas com idade igual ou superior a 70 anos.
Finalmente, a Caixa aproveita a oportunidade em que demonstra claramente à sociedade brasileira a seriedade e o respeito com que trata os interesses da classe trabalhadora e compartilha com todos o orgulho do dever que vem sendo cumprido.
Os trabalhadores brasileiros podem ter a certeza de que seu patrimônio está seguro sob a administração séria e competente da Caixa. Qualquer esclarecimento necessário pode ser requerido à Caixa, que o fará tempestivamente, sem que isso gere despesa aos interessados. Em nenhum momento foi ou será imputado prejuízo aos trabalhadores, pois qualquer inconformidade identificada será sanada de imediato, por interpelação direta do interessado ou seu representante legal, ou mesmo por iniciativa da própria Caixa.


Valdery Albuquerque, 38, economista, pós-graduado em política econômica pela Universidade de Brasília, é presidente da Caixa Econômica Federal.

Texto Anterior: Dicas/Folhainvest - Dicas: Carteiras devem ser mantidas nesta semana, dizem analistas
Próximo Texto: Ganho de líder do mês está em 34,4%
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.