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São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2003

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GUERRA VERDE

Governador sanciona lei que proíbe cultivo e comércio de produtos geneticamente modificados no Paraná

Requião fecha Paranaguá para transgênico

Albari Rosa/Gazeta do Povo
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), segura cesta de produtos não-transgênicos


MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Uma semana depois de montar barreiras nas fronteiras rodoviárias com Estados vizinhos, o Paraná adotou nova medida de impacto para dificultar o trânsito e o comércio de soja geneticamente modificada no Estado: lei sancionada pelo governador Roberto Requião (PMDB) fecha o porto de Paranaguá para a exportação e importação de produtos geneticamente modificados.
A lei também proíbe o cultivo, a manipulação, a importação, a industrialização e o comércio de transgênicos no Estado, exceto para pesquisa científica. O governo do Mato Grosso do Sul anunciou que entrará com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a lei.
Requião disse na sexta-feira que seu governo pode destruir plantações de soja geneticamente modificada. Antes de o governador assinar a lei anti-transgênicos, seu irmão, o superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Eduardo Requião, divulgou ordem de serviço anunciando rigor na fiscalização de cargas no terminal. Hoje, ele comanda uma blitz nos silos e armazéns do porto.
O fechamento do porto para exportação e importação de OGMs pode levar a um conflito internacional, além de acirrar o atrito desencadeado semana passada com os governos de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Das 5,6 milhões de toneladas de soja exportadas pelo corredor este ano, 331,5 mil tinham o Paraguai como país de origem.
O período é de entressafra e não há movimento de embarque de navios no porto, o que transfere os reflexos da lei para fevereiro de 2004, quando começa a exportação da safra 2003-2004.
O porto de Paranaguá reponde por 25% das exportações brasileiras de grãos, pertence à União, mas é administrado há décadas pelo governo paranaense, em regime de concessão.
"Vamos estudar para ver o que representa isso para a agricultura brasileira. Por enquanto, não interfiro em assunto no Paraná", disse em Goiânia o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura).

Colaborou Adriana Chaves, da Agência Folha, em Goiânia


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