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TRANSGÊNICOS
Governo pode decidir hoje proposta para lei
Projeto deve preservar princípios de Marina Silva, afirma Rodrigues
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse ontem que
as diretrizes para a ação da
CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) já estão
definidas e são próximas das regras defendidas pela ministra do
Meio Ambiente, Marina Silva.
O governo pode decidir hoje o
texto do projeto de lei que regulamentará o plantio e a comercialização de produtos transgênicos
no país. Um dos principais pontos de divergência dentro do governo diz respeito ao caráter das
decisões da CTNBio.
Alguns ministros, entre eles Rodrigues, defendiam que a comissão tivesse poder de decisão sobre
a liberação do cultivo de produtos
transgênicos. Por essa posição,
uma decisão da CTNBio teria de
ser acatada pelo Ministério do
Meio Ambiente. Outra ala, liderada por Marina, propõe que a
CTNBio tenha papel apenas consultivo e dê pareceres que orientem a decisão final do governo.
A ministra disse ontem esperar
que o projeto acabe com o "buraco negro" no qual a questão dos
organismos geneticamente modificados se encontra no país.
"Durante quase sete anos [...]
foram se criando atalhos que nos
levaram a um abismo, um vácuo
de legislação adequada tanto para
a pesquisa quanto para os interesses dos diferentes setores produtivos envolvidos na questão", disse
a ministra ontem em Belo Horizonte. Em entrevista publicada
ontem na Folha, Marina disse que
não iria fazer "pirotecnia ambiental" e que até aceitava "engolir o
orgulho e a vaidade, mas não os
princípios", referindo-se à possibilidade de aumento do poder da
comissão de biossegurança.
"A questão está sendo discutida
no governo e é polêmica com relação à CTNBio e como ela deve
atuar, se vinculante ou não-vinculante. O conselho está decidido e
muito dentro da ótica de Marina
Silva, de modo que os princípios
dela serão preservados", disse Rodrigues, em Goiânia.
A tendência do governo é dar a
um conselho de 11 ministros o poder de decisão sobre o tema.
Colaborou a Agência Folha, em Belo Horizonte
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