|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SUINOCULTURA
Enfermidade de Aujeszky se alastra no norte do Estado a partir de SC e deve causar o abate de 15 mil animais
Doença atinge rebanhos suínos no Sul
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O Rio Grande do Sul abaterá
neste ano cerca de 15 mil suínos
infectados pela doença de Aujeszky (pronuncia-se "aujésqui"),
que tem atingido o seu rebanho,
cujo total é de 5,5 milhões de cabeças. Já foram abatidos mais de
13 mil animais desse total.
A doença, que leva o nome do
veterinário húngaro Aladár Aujeszky (1869-1933), se alastrou a
partir de focos constatados anteriormente em Santa Catarina, onde chegaram a ser abatidos cerca
de 80 mil suínos -o rebanho catarinense tem 4,5 milhões de animais. De um total de 208 propriedades rurais catarinenses com registro da doença, 74 tiveram que
abater animais.
A necessidade de vacinação no
Rio Grande do Sul está descartada, de acordo com o coordenador
de defesa sanitária animal da Secretaria da Agricultura do Estado,
Nilton Rossato.
O Estado destina 21% da produção ao mercado externo. Os municípios atingidos pela doença,
porém, não exportam.
Acordo entre Brasil e Rússia,
por exemplo, impede cidades
com foco da doença de vender
carne suína para esse país -o que
não prejudica tanto o Rio Grande
do Sul, pois não é todo o Estado
que fica impedido de exportar.
A Rússia é o principal destino
do produto gaúcho. De janeiro a
abril, as exportações de carne suína para esse país chegaram a
US$ 23,5 milhões.
As cidades onde foram localizados focos da doença no Rio Grande do Sul são do norte do Estado,
próximas a Santa Catarina, como
Aratiba e Pinheirinho do Vale.
Após o abate, quem teve suíno
infectado é ressarcido, e as propriedades vizinhas passam por
tratamento sorológico.
Problema econômico
O delegado federal da Agricultura no Rio Grande do Sul, Francisco Signor, define a doença de
Aujeszky como uma enfermidade
classificada no grupo B entre as
patologias previstas pela OIE (Organização Internacional de Epizootias). Não é, segundo ele, tão
contagiosa quanto a febre aftosa
(leia texto nesta página).
O problema da doença é mais
econômico do que de sanidade
animal. A doença não tem poder
de difusão em alta escala, mas repercute no comércio.
A ocorrência, constatada no Rio
Grande do Sul em 31 de janeiro,
foi comunicada no mês de maio à
OIE e à Rússia. O código zoossanitário prevê prazo de até 12 meses para o comunicado à OIE.
""Os procedimentos foram tomados na hora certa", diz Signor.
O Ministério da Agricultura e o
governo gaúcho consideram a situação sob controle. Foi estabelecido um perímetro isolado para o
combate à doença, abrangendo
134 propriedades rurais -nas
quais havia 28.271 animais.
Foi realizada uma sorologia por
amostragem em 11 municípios da
região, que compreendem a chamada área de vigilância, com coleta de 2.847 amostras. Segundo o
ministério, todas tiveram resultado negativo.
Esse resultado afastou a necessidade de vacinação, até porque,
quando um Estado aplica a vacina, confunde o resultado dos exames sorológicos, que podem
apresentar tanto a presença do vírus quanto de seus anticorpos.
Texto Anterior: Inadimplência: Devolução de cheque em São Paulo sobe 15,2% Próximo Texto: Saiba mais: Mal de Aujeszky não afeta a saúde do ser humano Índice
|