São Paulo, sábado, 28 de outubro de 2006

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Juro real de 5% em 2007 faria país economizar R$ 67 bilhões

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem dito que o governo traçou como uma de suas metas, caso seja reeleito, o que parece ser o mais provável, reduzir a taxa real de juro, hoje na faixa de 10% ao ano, para 5% até o final de 2007, o que significa uma Selic abaixo de 10%.
Com base nessa hipótese, o economista Bráulio Borges, da LCA Consultores, calculou os efeitos sobre as finanças públicas. Se isso acontecesse, o Brasil iria simplesmente economizar, em 2007, R$ 67 bilhões (3% do PIB) em pagamento de juros, uma bolada que daria para cobrir o déficit previsto de R$ 41 bilhões do INSS e ainda sobrariam recursos para outras finalidades, como ampliar o investimento público ou aumentar o superávit primário.
De acordo com a simulação da LCA, o total de encargos de juros da dívida cairia dos atuais 7,5% do PIB projetados para este ano para 4,5% do PIB em 2007. Assim, o déficit nominal do ano que vem seria de apenas 0,25% do PIB, muito próximo do tão falado déficit nominal zero.
Mantendo essas mesmas hipóteses para o período 2008-2010, a carga de juros nominais sobre a dívida cairia para 2,7% do PIB em 2010, e a relação entre a dívida pública e o PIB, que deve fechar este ano em 50,2%, reduziria-se para 37%. Esse alívio nas contas públicas permitiria uma redução de carga tributária dos 38% do PIB atuais para 33% em 2010.
Para essa simulação, a LCA levou em conta as seguintes premissas para 2007: superávit primário de 4,25% do PIB, corte da Selic de 0,75 ponto percentual na primeira reunião do Copom e cortes de 0,50 ponto nas outras sete reuniões, crescimento do PIB de 3,5%, inflação pelo IPCA de 4,5% e de 5% pelo IGP-DI, reconhecimento de "esqueletos" de 0,4% do PIB e taxa de câmbio de R$ 2,40 por dólar no final do ano.
Borges considera essa hipótese viável, mas faz a ressalva, no entanto, de que não é o cenário de maior probabilidade da LCA. A projeção da consultoria é que a Selic feche 2007 em 11,75% ao ano, com viés de baixa, podendo chegar a 11%.

Arquitetos cariocas abrem filial em SP

Depois de 30 anos desde seu nascimento, o escritório de arquitetura carioca STA, fundado pelo ex-prefeito do Rio Luiz Paulo Conde, abre seu primeiro escritório em São Paulo. A idéia é ficar mais próximo dos clientes da capital paulista, de Brasília e da região Sul. "Nossa meta é que, no primeiro ano, 20% do movimento total do escritório venha da unidade de São Paulo", diz Marcelo Conde, filho do ex-prefeito carioca, que dirige a STA ao lado de Marcos Moraes. O endereço paulistano, segundo Conde, pode significar também uma proximidade com duas construtoras parceiras, Cyrela e Rossi.

CASINHA
A RJZ/Cyrela vai inaugurar, nesta semana, no Rio, o maior show-room de vendas do mercado imobiliário da América Latina. O espaço vai ocupar uma área de 4.500 m2 e poderá abrigar até 30 apartamentos decorados. O show-room, que recebeu investimentos de cerca de R$ 12 milhões, será posteriormente destruído para dar lugar ao empreendimento da empresa na Península, na Barra da Tijuca. Segundo Rogério Zylbersztajn, vice-presidente da empresa, "será como uma Casa Cor". A RJZ/Cyrela, investe mais R$ 10 milhões nos estandes de outros dois empreendimentos na Barra.

EM EBULIÇÃO
O setor de telefonia está agitado. Além das negociações entre a Telefônica e a TVA, há outras em curso. Os rumores são que a Goldman Sachs estaria assessorando a Telmex (leia-se Carlos Slim) para a compra de uma grande telefônica. Pelo visto, as teles apostam em mudanças na Lei Geral de Telecomunicações, que hoje impede fusões entre elas.

RESULTADO
A Varig já teve retorno da agressiva ação de marketing que adotou nos aeroportos de Congonhas (SP) e no Santos Dumont (RJ). O número de passageiros dos vôos domésticos da empresa que partem de Congonhas subiu 22% de 1º a 22 deste mês sobre setembro.

COMPRA POR METRO
O shopping Iguatemi, de São Paulo, tem o metro quadrado para locação mais caro da América Latina: 1.493 por ano, ou o equivalente a R$ 4.041. Ele ocupa a 10ª posição no continente americano e a 26ª no mundo. Os dados são da pesquisa da filial londrina da empresa de serviços imobiliários Cushman & Wakefield. O estudo analisou os aluguéis pagos nos 233 principais centros de compras em 47 países. As quatro primeiras colocações brasileiras são ocupadas por shoppings: o Pátio Higienópolis, também na capital paulista, e o Rio Sul, no Rio, estão empatados em segundo lugar, com o metro quadrado a 1.279 por ano, seguidos pelo Morumbi, cujo valor é de 1.024.

EM BAIXA
Depois de um primeiro semestre positivo, o último trimestre registrou o mais baixo nível de vendas já apurado pelas lojas paulistanas de autopeças e acessórios nos últimos anos. Em setembro, o faturamento real do grupo registrou queda de 24,9% sobre 2005. Entre os fatores que colaboram para deprimir as vendas, está a maciça oferta de produtos de origem chinesa. Os dados fazem parte de pesquisa conjuntural do varejo e serão divulgados na segunda-feira pela Fecomercio SP.

REPETECO
O presidente Lula vai acompanhar a votação do segundo turno amanhã no Hotel Intercontinental, em São Paulo, repetindo o exemplo de 2002. Seu primeiro pronunciamento está previsto para às 20h.

CONSTRUÇÃO
O Banco do Brasil alterou as condições contratuais para sua linha para material de construção. A partir desta semana, o prazo máximo para contratação passa de 36 para 48 meses.

OLHOS NOS OLHOS
As duas máquinas de auto-atendimento do Bradesco, que testam a biometria como senha de acesso às transações financeiras, registraram mais de 15 mil transações em menos de três meses. Nesse período, 1.027 clientes se cadastraram para utilizar o novo sistema. A biometria é uma tecnologia usada como senha de identificação por meio da íris dos olhos, face, ou veias da palma da mão.

TEST-LOUÇA
Para fomentar sua venda de lava-louças, a Brastemp se apoderou de um conceito utilizado pelo mercado automobilístico: o test-drive. Até dezembro, o consumidor que adquirir uma lava-louças da Brastemp poderá levar para casa o equipamento, avaliá-lo e testá-lo durante 30 dias. Após a experiência, o consumidor decide se compra ou se devolve o produto, sem pagar nada por isso.


Próximo Texto: Mantega agora promete corte de gastos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.