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Fitch elogia condução da crise no Brasil
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Batendo várias vezes na
madeira, Peter Shaw, analista responsável por bancos latino-americanos na
agência de classificação de
risco Fitch, disse ontem
em Nova York que o Banco
Central (BC) está tomando as atitudes corretas para proteger o sistema bancário brasileiro da crise
mundial. Contudo, ressalvou que é preciso zelo sobre derivativos.
"Derivativos merecem
atenção especial. O que o
regulador (o BC) pode fazer a respeito é exigir o
máximo de transparência
dos bancos para evitar
grandes problemas", disse,
após palestra da Câmara
de Comércio Brasil-EUA.
Derivativos são contratos de proteção contra
perdas em ativos, como
desvalorização cambial ou
calote. São investimentos
de soma zero: se o dólar cai
e uma parte ganha, por
exemplo, a outra perde.
Shaw elogiou a medida
provisória que dá poderes
à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil para a aquisição de instituições financeiras e empresas. "A idéia é boa. O Brasil
está agindo em medida
correta, com cautela, mas
com proatividade, colocando a ferramenta à frente para caso precise usá-la", disse à Folha. "O regulador brasileiro pode ser
dar ao luxo de observar o
que os outros bancos centrais estão fazendo e escolher seus caminhos [devido à situação favorável da
economia brasileira, que
exige menos pressa, segundo ele]."
O analista disse também
que a Fitch não se guiará
pela turbulência, mas por
fundamentos, ao fazer a
avaliação de risco dos bancos brasileiros, como também fará com outras empresas e países. "Não estamos avaliando volatilidade. Nossa preocupação
não é o comportamento
das empresas de um dia
para o outro [mas a médio
e longo prazo]".
"Os bancos [brasileiros]
estão conduzindo rapidamente situações individuais -geralmente realistas em sua abordagem,
priorizando liquidez sobre
suas metas anteriores, e
ativos estão sendo uma
boa fonte de liquidez", disse texto distribuído na palestra.
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