GABRIEL J. DE CARVALHO
da Redação

A economia começa a receber, a partir desta terça, cerca de R$ 20 bilhões a mais do que o normal. As empresas pagam a primeira parcela do 13º salário até o dia 30, e a segunda, em 20 de dezembro.
É mera estimativa, mas, juntando vários indicadores, é possível chegar a valores bem aproximados, que dão uma idéia de quanto os brasileiros terão a mais no bolso neste final de ano.
Um indicador razoável é a arrecadação do FGTS, que corresponde a 8% de cada salário.
Em outubro passado, a arrecadação alcançou R$ 1,056 bilhão, excluída a parcela das multas rescisórias. A massa salarial da economia formal, portanto, teria sido de R$ 13,20 bilhões em setembro.
Supondo que se repita agora o que ocorreu no final de 98, serão pagos mais R$ 2,40 bilhões neste mês e R$ 4,60 bilhões em dezembro, num total adicional de R$ 7 bilhões por causa do 13º.
Os valores não dobram porque muitos recebem metade do 13º nas férias, ao longo do ano.
Os números são aproximados, mesmo porque há um grande contingente de trabalhadores sem carteira assinada, como os domésticos. Recebem 13º, mas seus patrões não recolhem FGTS.
Os aposentados e pensionistas do INSS, com dados mais precisos, receberão algo como R$ 4,7 bilhões a mais em dezembro.
Mais R$ 3,4 bilhões podem vir do 13º de servidores públicos federais. A União paga 50% no meio do ano.
Números reunidos pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, aqui referentes a 97, também permitem calcular em R$ 3,87 bilhões a soma dos salários pagos mensalmente pelos governos estaduais. A hipótese é que isso dobraria no final do ano.
Para os municípios, com dados mais precários e relativos a 95, a hipótese é de R$ 1 bilhão.
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), seguindo roteiro diferente para os cálculos, chegou a uma estimativa parecida: R$ 21,5 bilhões.


Texto Anterior: Painel S/A
Próximo Texto: Maioria vai fazer compras, diz pesquisa
Índice