São Paulo, quarta-feira, 28 de novembro de 2001

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda, que chegou a cair mais de 1%, fechou a R$ 2,471, com rumores de que BC deveria conter baixa

Especulações fazem dólar reduzir queda

DA REDAÇÃO

O dólar oscilou bastante ontem e encerrou o dia em queda de 0,24%, cotado a R$ 2,471. Durante as negociações, a moeda chegou a se desvalorizar em mais de 1%.
O dólar chegou a subir 0,16%, no momento em que surgiam rumores de que o FMI (Fundo Monetário Internacional) estaria pressionando o governo argentino a abandonar a paridade.
Segundo alguns operadores, esse teria sido um pretexto usado por investidores para se aproveitar da queda da cotação e comprar a moeda, o que levou à redução da baixa.
Mas a alta foi invertida, pois no mercado ainda prevalece o otimismo com a expectativa de novos ingressos de dinheiro na economia brasileira. Ontem falava-se em uma captação de US$ 600 milhões por parte da Copene.
Um grupo de operadores aponta um outro motivo para a oscilação da taxa: uma campanha feita por economistas em favor de uma mudança de política do Banco Central. A autoridade monetária deveria, agora, atuar para conter a desvalorização do dólar.
No mercado, comenta-se que tais economistas teriam sugerido essa modificação em declarações à imprensa porque todos prestam serviços de consultoria -e nenhum deles teria previsto essa queda do dólar.
Declarações de outros economistas e membros do governo também são apontadas para a tendência de alta dos juros verificada na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Os contratos para abril, os mais negociados, fecharam projetando taxas de 19,89%, ante os 19,71% do fechamento da segunda-feira.
Nesse caso, operadores se apóiam em declarações dadas por Armínio Fraga, presidente do Banco Central, e por Luiz Fernando Figueiredo, diretor de Política Monetária da instituição. Eles afirmaram que ainda não chegou a hora de afrouxar a política monetária. Em especial por conta dos índices de inflação.
"Isso deu uma segurada no mercado, que já cogitava uma redução dos juros em dezembro", afirma Carlos Henrique de Abreu, da corretora Socopa. Delfim Netto, Gustavo Loyola e Carlos Langoni também fariam parte dessa corrente. Além deles, Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, que sugeriu que a instituição comprasse dólares para fortalecer as reservas.
(ANA PAULA RAGAZZI)



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