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MERCADO FINANCEIRO
Moeda, que chegou a cair mais de 1%, fechou a R$ 2,471, com rumores de que BC deveria conter baixa
Especulações fazem dólar reduzir queda
DA REDAÇÃO
O dólar oscilou bastante ontem
e encerrou o dia em queda de
0,24%, cotado a R$ 2,471. Durante
as negociações, a moeda chegou a
se desvalorizar em mais de 1%.
O dólar chegou a subir 0,16%,
no momento em que surgiam rumores de que o FMI (Fundo Monetário Internacional) estaria
pressionando o governo argentino a abandonar a paridade.
Segundo alguns operadores, esse teria sido um pretexto usado
por investidores para se aproveitar da queda da cotação e comprar a moeda, o que levou à redução da baixa.
Mas a alta foi invertida, pois no
mercado ainda prevalece o otimismo com a expectativa de novos ingressos de dinheiro na economia brasileira. Ontem falava-se
em uma captação de US$ 600 milhões por parte da Copene.
Um grupo de operadores aponta um outro motivo para a oscilação da taxa: uma campanha feita
por economistas em favor de uma
mudança de política do Banco
Central. A autoridade monetária
deveria, agora, atuar para conter a
desvalorização do dólar.
No mercado, comenta-se que
tais economistas teriam sugerido
essa modificação em declarações
à imprensa porque todos prestam
serviços de consultoria -e nenhum deles teria previsto essa
queda do dólar.
Declarações de outros economistas e membros do governo
também são apontadas para a
tendência de alta dos juros verificada na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Os contratos para abril, os mais
negociados, fecharam projetando
taxas de 19,89%, ante os 19,71%
do fechamento da segunda-feira.
Nesse caso, operadores se
apóiam em declarações dadas por
Armínio Fraga, presidente do
Banco Central, e por Luiz Fernando Figueiredo, diretor de Política
Monetária da instituição. Eles
afirmaram que ainda não chegou
a hora de afrouxar a política monetária. Em especial por conta dos
índices de inflação.
"Isso deu uma segurada no
mercado, que já cogitava uma redução dos juros em dezembro",
afirma Carlos Henrique de Abreu,
da corretora Socopa. Delfim Netto, Gustavo Loyola e Carlos Langoni também fariam parte dessa
corrente. Além deles, Affonso
Celso Pastore, ex-presidente do
Banco Central, que sugeriu que a
instituição comprasse dólares para fortalecer as reservas.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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