|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IMPOSTOS
PMDB, PFL e oposição formalizam acordo e somam 330 deputados; votação deve ocorrer até a próxima semana
Correção do IR em 20% já tem maioria
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
PMDB, PFL e partidos de oposição formalizaram ontem acordo
para aprovar a correção da tabela
do IRPF (Imposto de Renda da
Pessoa Física) em 20% -índice
referente ao IGP (inflação medida
pela FGV) acumulado de 96 a 98.
Líderes partidários assinaram
documento em que se comprometem a apresentar e apoiar em
plenário a emenda ao projeto que
corrige a tabela, já aprovado nas
comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça da
Câmara. PMDB, PFL e oposição
somam 330 dos 513 deputados
-o suficiente para a aprovação.
"É o que é possível fazer agora,
pois só faltam duas ou três semanas para o encerramento [do ano
legislativo". A correção integral é
politicamente muito difícil", disse
Ricardo Berzoini (PT-SP), referindo-se ao índice de 35,29%, que
consta no texto do projeto.
A oposição tinha pressa em formalizar o acordo, porque o Planalto -contrário à correção da
tabela do IR- pressiona os aliados a não aprovar a proposta.
PMDB e oposição também querem evitar que os aliados se sintam propensos a apoiar a proposta do governo de mudar as alíquotas do IR, reduzindo a carga tributária de 97% dos contribuintes.
"Qualquer coisa além dos 20% é
um complicador e vai adiar a votação", disse o deputado Benito
Gama (PMDB-BA).
O projeto tem de ser votado no
plenário da Câmara e voltar ao Senado para novas votações. Na Câmara, a votação deve ocorrer no
máximo na próxima semana.
O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), disse que vai
orientar o partido a votar contra a
correção, argumentando que,
com a aprovação do projeto, a arrecadação vai cair.
"Se o governo de São Paulo está
preocupado com perda de receita,
imagine o que ocorrerá em Chorrochó, que depende dos repasses
federais", afirmou Jutahy, referindo-se a um município baiano.
Segundo dados da Receita, a
correção de 20% vai acarretar
uma queda de arrecadação de R$
3,5 bilhões ao ano. Parte vai para
Estados e municípios.
Líderes governistas afirmaram
que, se o projeto for aprovado,
FHC vai vetá-lo. Por meio de sua
assessoria, o presidente disse anteontem que, para aprovar a correção da tabela do IRPF, o Congresso deverá manter os preceitos
da Lei de Responsabilidade Fiscal.
A lei determina que a eventual
redução de arrecadação tributária
provocada por mudanças na legislação deverá ser compensada
com o corte de despesas previstas
no Orçamento ou com a criação
de uma nova fonte de receita.
(LUIZA DAMÉ)
Texto Anterior: Mercado Financeiro: Especulações fazem dólar reduzir queda Próximo Texto: Crítico de plano oficial para IR é fariseu, diz Malan Índice
|