DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou ontem um empréstimo de R$ 325 milhões para a Eletronorte, subsidiária da Eletrobrás. Os recursos serão usados para a ampliação da usina de Tucuruí, localizada no rio Tocantins, no Pará. O investimento total será de R$ 2,63 bilhões. Caberá ao BNDES 32% desse valor. A parte da Eletrobrás será de 37% (ou R$ 978 milhões) e os R$ 802 milhões restantes virão de captações no mercado por meio de emissão de debêntures da Eletrobrás (títulos atrelados à taxa de juro fixa).
O diretor de Infra-estrutura do BNDES, Octávio Castello Branco, disse à Folha que esse é um dos maiores desembolsos para o setor elétrico da história do banco.
Na primeira fase da ampliação da usina serão gerados 375 MW, a partir de dezembro de 2002. Outros 375 MW estarão disponíveis em março de 2003, e mais 375 MW em agosto do mesmo ano.
"Esse projeto é extremamente importante, porque vai entrar em operação no período crítico de abastecimento de energia, quando ainda teremos um déficit entre oferta e demanda."
O financiamento foi concedido a título de "empréstimo-ponte", ou seja, para cobrir investimentos enquanto um financiamento definitivo não for aprovado. Seu objetivo é viabilizar a continuidade das obras até abril de 2002.
Enquanto isso, estão sendo discutidas as condições para a concessão de financiamento do BNDES de longo prazo, no valor total de até R$ 850 milhões -incluindo o "empréstimo-ponte".
A ampliação permitirá duplicar a potência de Tucuruí. Considerada estratégica por ter condições de enviar energia tanto para o Norte/Nordeste como para o Sudeste/Centro-Oeste, a usina passará dos atuais 4.125 MW para 8.125 MW -mais que o dobro da potência. Todos os recursos próprios da Eletrobrás já haviam sido colocados no negócio até outubro de 2000. Por isso o "empréstimo-ponte" foi necessário.


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