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ESPETÁCULO EM XEQUE
Taxa cai de 20,6% para 20,4% em outubro, afirma o Dieese
Desemprego tem leve recuo em SP
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após dois meses de alta, o desemprego recuou na região metropolitana de São Paulo. A taxa
passou de 20,6% da PEA (População Economicamente Ativa) em
setembro para 20,4% em outubro. Esse foi, entretanto, o pior resultado registrado para o mês de
outubro desde 1985.
A melhora no mês ocorreu por
conta da criação de 53 mil novos
postos de trabalho, suficientes para absorver o ingresso de 42 mil
pessoas no mercado e diminuir
em 11 mil o número de desempregados na Grande São Paulo. Em
outubro o total de desempregados era 2,019 milhões, ante 2,030
milhões em setembro.
Os dados fazem parte da pesquisa mensal de emprego e desemprego divulgada ontem pela
Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo
Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos).
"O mercado de trabalho deu pequenos sinais de melhora em outubro. A taxa de desemprego caiu,
houve criação de postos nos grandes setores [serviços, indústria e
comércio] e a jornada semanal de
trabalho aumentou [uma hora a
mais do que a verificada em setembro], o que reflete o aquecimento da economia", afirma Sinésio Pires Ferreira, assessor executivo da Fundação Seade.
Entre esses sinais, segundo o
técnico, também está a redução
do desemprego oculto pelo desalento -são as pessoas que desistiram de procurar emprego porque não acreditam que vão conseguir retornar ao mercado de trabalho. O desemprego oculto pelo
desalento passou de 2% em setembro para 1,9% em outubro.
Essa melhora era esperada, entretanto, desde o início do segundo semestre, quando historicamente as taxas de desemprego são
menores. Mas isso não ocorreu.
Nos últimos 12 meses, foram
criadas 10 mil vagas na região metropolitana de São Paulo enquanto 184 mil pessoas entraram no
mercado de trabalho. Na comparação com outubro de 2002, a taxa
de desemprego aumentou 7,4%.
Já o número de ocupados subiu
de 9,855 milhões em setembro para 9,897 milhões no mês passado.
"Sem crescimento econômico e
juros elevados, não há como esperar melhoras significativas na taxa
de desemprego", diz Sérgio Mendonça, coordenador do Dieese.
Na avaliação de Mendonça, o
desemprego deve bater recorde
em 2003 porque as dez taxas mensais verificadas neste ano são mais
altas do que as registradas no ano
passado. Em 2002, o desemprego
médio anual foi de 19%, mesmo
resultado de 2001. Em 2000, foi de
17,6%, e, em 1999, de 19,3%.
Por setor
Os setores que mais contrataram no mês passado foram o de
serviços (60 mil) e o industrial (10
mil). No comércio, foram criadas
mil vagas, enquanto na construção civil e nos serviços domésticos houve fechamento de 18 mil
postos de trabalho.
"Foram em sua maior parte
contratações de assalariados com
e sem carteira [21 mil e 31 mil respectivamente]", diz Mendonça.
O desemprego diminuiu mais
entre as mulheres e as pessoas de
40 anos, de acordo com os dados
da pesquisa. "Esses grupos podem ter voltado ao mercado por
causa do aumento das contratações temporárias típicas de final
de ano. O importante é saber se
vão conseguir se manter em seus
empregos", afirma Ferreira.
Renda menor
Após ter crescido em agosto, o
rendimento médio dos trabalhadores voltou a cair em setembro e
passou de R$ 921 para R$ 915. Esse foi o menor valor pago no mês
de setembro, desde 1985, quando
o rendimento foi de R$ 1.873. Em
relação a setembro de 2002, a queda é de 8,6%.
O salário médio ficou estável
-era R$ 979 em agosto e passou
para R$ 980 em setembro. Mas no
ano a diminuição foi de 5,7%.
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