UOL


São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESPETÁCULO EM XEQUE

Taxa cai de 20,6% para 20,4% em outubro, afirma o Dieese

Desemprego tem leve recuo em SP

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Após dois meses de alta, o desemprego recuou na região metropolitana de São Paulo. A taxa passou de 20,6% da PEA (População Economicamente Ativa) em setembro para 20,4% em outubro. Esse foi, entretanto, o pior resultado registrado para o mês de outubro desde 1985.
A melhora no mês ocorreu por conta da criação de 53 mil novos postos de trabalho, suficientes para absorver o ingresso de 42 mil pessoas no mercado e diminuir em 11 mil o número de desempregados na Grande São Paulo. Em outubro o total de desempregados era 2,019 milhões, ante 2,030 milhões em setembro.
Os dados fazem parte da pesquisa mensal de emprego e desemprego divulgada ontem pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos).
"O mercado de trabalho deu pequenos sinais de melhora em outubro. A taxa de desemprego caiu, houve criação de postos nos grandes setores [serviços, indústria e comércio] e a jornada semanal de trabalho aumentou [uma hora a mais do que a verificada em setembro], o que reflete o aquecimento da economia", afirma Sinésio Pires Ferreira, assessor executivo da Fundação Seade.
Entre esses sinais, segundo o técnico, também está a redução do desemprego oculto pelo desalento -são as pessoas que desistiram de procurar emprego porque não acreditam que vão conseguir retornar ao mercado de trabalho. O desemprego oculto pelo desalento passou de 2% em setembro para 1,9% em outubro.
Essa melhora era esperada, entretanto, desde o início do segundo semestre, quando historicamente as taxas de desemprego são menores. Mas isso não ocorreu.
Nos últimos 12 meses, foram criadas 10 mil vagas na região metropolitana de São Paulo enquanto 184 mil pessoas entraram no mercado de trabalho. Na comparação com outubro de 2002, a taxa de desemprego aumentou 7,4%. Já o número de ocupados subiu de 9,855 milhões em setembro para 9,897 milhões no mês passado.
"Sem crescimento econômico e juros elevados, não há como esperar melhoras significativas na taxa de desemprego", diz Sérgio Mendonça, coordenador do Dieese.
Na avaliação de Mendonça, o desemprego deve bater recorde em 2003 porque as dez taxas mensais verificadas neste ano são mais altas do que as registradas no ano passado. Em 2002, o desemprego médio anual foi de 19%, mesmo resultado de 2001. Em 2000, foi de 17,6%, e, em 1999, de 19,3%.

Por setor
Os setores que mais contrataram no mês passado foram o de serviços (60 mil) e o industrial (10 mil). No comércio, foram criadas mil vagas, enquanto na construção civil e nos serviços domésticos houve fechamento de 18 mil postos de trabalho.
"Foram em sua maior parte contratações de assalariados com e sem carteira [21 mil e 31 mil respectivamente]", diz Mendonça.
O desemprego diminuiu mais entre as mulheres e as pessoas de 40 anos, de acordo com os dados da pesquisa. "Esses grupos podem ter voltado ao mercado por causa do aumento das contratações temporárias típicas de final de ano. O importante é saber se vão conseguir se manter em seus empregos", afirma Ferreira.

Renda menor
Após ter crescido em agosto, o rendimento médio dos trabalhadores voltou a cair em setembro e passou de R$ 921 para R$ 915. Esse foi o menor valor pago no mês de setembro, desde 1985, quando o rendimento foi de R$ 1.873. Em relação a setembro de 2002, a queda é de 8,6%.
O salário médio ficou estável -era R$ 979 em agosto e passou para R$ 980 em setembro. Mas no ano a diminuição foi de 5,7%.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Governo Lula registra piora no rendimento e no emprego
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.