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São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2003

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ESPETÁCULO EM XEQUE

Taxa de desemprego sobe e renda real cai neste ano

Governo Lula registra piora no rendimento e no emprego

DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A renda dos trabalhadores caiu e o desemprego subiu nos dez primeiros meses do governo Lula, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a Fundação Seade/Dieese.
Quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência, em 1º de janeiro, o desemprego no país estava em 10,5% (taxa de dezembro, medida pelo IBGE). No mês passado, estava em 12,9%.
Pela pesquisa do IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores caiu de R$ 940,29 em dezembro de 2002 para R$ 831,10 em outubro deste ano -uma retração de 11,61%.
Os dados da Fundação Seade/ Dieese mostram uma fotografia semelhante. Nos dez primeiros meses do governo Lula, a taxa de desemprego passou de 18,5% (índice de dezembro de 2002) para 20,4% (taxa do mês passado). Em números absolutos, significa que na região metropolitana de São Paulo o total de desempregados passou de 1,798 milhão para 2,019 milhões no período,
As informações são referentes a 38 municípios pesquisados. Os dados são levantados mensalmente na PED (Pesquisa Emprego e Desemprego).
Por essa pesquisa, o rendimento dos ocupados caiu 3,28% no governo Lula. Em dezembro de 2002, a renda média era de R$ 946. Caiu para R$ 915 no mês passado.
"O aumento no número de desempregados é resultado da forte retração da economia neste ano", diz o economista Fábio Silveira, da consultoria F Silveira.
A alta da inflação, a elevação dos juros e a instabilidade na taxa de câmbio desde o último trimestre de 2002 foram responsáveis, segundo ele, pelo fraco desempenho da atividade econômica.
"Basta ver que, neste ano, a previsão é que o PIB [Produto Interno Bruto] cresça 0,5%, enquanto, no ano passado, o crescimento foi de 1,8%", diz.
Na avaliação do coordenador do Dieese, Sérgio Mendonça, o desemprego está crescendo em ritmo mais acelerado neste ano do que em 2002. "É preciso ressaltar também que as medidas que podem ter impacto positivo no mercado de trabalho [como a redução da taxa de juros] só vão ser absorvidas a partir do segundo trimestre de 2004", diz.


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