São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Estoque de investimento de fora no país bate o obtido pela China

Apesar de hoje a China receber mais recursos externos do que o Brasil, nem sempre foi assim. O Brasil ainda é o país que possui o maior estoque de investimento direto externo, o IDE, acumulado até 2005 em proporção ao PIB.
Enquanto o Brasil tem um estoque acumulado de 25,4% do PIB, a Rússia tem 17,3%, a China, 14,3%, e a Índia, 5,8%. As contas são do economista Antonio Corrêa de Lacerda, do departamento de economia da PUC-SP, e serão apresentadas por ele hoje, na Câmara dos Deputados, em Brasília, no seminário "Os Brics e o Desenvolvimento Mundial".
Esses dados mostram que o Brasil recebeu, no passado, mais recursos do que a China. Hoje, a China ganha de longe do Brasil. No ano passado, a China recebeu US$ 72 bilhões de investimentos externos, o Brasil, US$ 15 bilhões, a Rússia, US$ 14,6 bilhões, e a Índia, US$ 6,6 bilhões.
Para Lacerda, esses dados mostram que o Brasil tem potencial para receber volume superior de investimentos de fora. Segundo ele, o país tem condições hoje de receber de US$ 20 bilhões a US$ 30 bilhões em investimentos externos e precisa explorar esse potencial.
Para isso, Lacerda sugere que o Brasil ataque os principais entraves ao ingresso de investimentos de fora. A receita se compõe de investimentos em infra-estrutura, de ajuste nos juros e no câmbio, de simplificação tributária e de definição de marcos regulatórios.
Outra conclusão importante do trabalho de Lacerda foi a de que o investimento interno é mais importante do que o externo. Embora o investimento estrangeiro tenha papel relevante, ele representa uma parte pequena da formação bruta de capital fixo. No Brasil, a parcela é de 9,5%, na China, de 9,2%, na Rússia, de 10,5%, e na Índia, de 3,4%.
De acordo com Lacerda, o fator dinâmico do investimento nesses países é interno. Por isso, ele acha que o presidente Lula está na direção correta ao defender a elaboração de um pacote com uma série de incentivos ao investimento interno.

FORA DO ESCRITÓRIO
Pierre Schürmann, da família Schürmann -conhecida por ter dado a volta ao mundo em um veleiro-, resolveu trazer para o mundo dos negócios seu conceito de experiência. Schürmann, que viajou por quatro anos com a família, acaba de lançar o calendário 2007 do Experience Club, projeto de relacionamento corporativo da sua empresa Conectis Experience Marketing. Na próxima temporada, que começa em março, ele espera reunir cerca de 700 diretores de empresas fora do ambiente habitual de negócios. Serão 18 eventos, como corridas, trilhas, golfe, pilotagem, passeios de balão e iate. Na primeira temporada, de 2006, cerca de R$ 800 mil foram captados para os eventos. Empresas como TIM, Citroën e IBM investiram. Apesar do foco em relacionamento, Schürmann afirma que não fará concorrência com João Dória Jr. "Nossos eventos são mais voltados para a experiência e para o relacionamento entre os executivos."

Empresa amplia serviços e prevê faturar R$ 1 bi

A VB Serviços, que faz gerenciamento e distribuição de vale-transporte em empresas, vai ampliar seu foco. Há dez anos no segmento, atendendo clientes de pequeno e médio porte, a VB passará a trabalhar também com grandes corporações.
Ela acabou de fechar contratos com Casas Bahia, Marabraz, Ponto Frio e TIM. Com isso, prevê um faturamento de R$ 1,1 bilhão para 2006.
Para o presidente da empresa, André Martins, o que proporcionou a expansão foi a extensa presença dos seus serviços em 26 Estados, atendendo a mais de 28 mil empresas.
"Nós fomos procurados pelas grandes porque elas necessitavam de uma cadeia estruturada em um único fornecedor", afirma.

NOVOS RUMOS
Rossano Maranhão (Banco do Brasil) não pára de receber propostas de trabalho. Há pouco tempo recusou convite de uma grande empresa ligada ao mercado financeiro para trabalhar em Nova York. O assédio ocorreu no meio da negociação salarial dos funcionários do banco e ele não achou correto discutir uma proposta de trabalho nesse período.

EXPANSÃO
O grupo Marsh & McLennan, de gestão de riscos e seguros, vai ampliar sua consultoria no Brasil e na AL. Terá nova divisão especializada em continuidade de negócios, que mapeia riscos de crises de sucessão, interrupção de operações e outros eventos críticos para os negócios empresariais. A operação tem início com seis contratos em carteira.

LANÇAMENTO
Será realizado hoje, às 20h, no Buffet França, em São Paulo, o lançamento do livro "Kasinsky, Um Gênio Movido pela Paixão", de Maria Lúcia Doretto. Editado pela Geração Editorial/Ediouro, o livro tem prefácio de Washington Olivetto.

LEASING
Dos US$ 23 bilhões dos ativos das empresas de leasing latino-americanas, em 2005, US$ 10 bilhões (44%) são das arrendadoras brasileiras. No ranking, o Brasil é seguido por Chile (18%), México (12%) e Colômbia (12%). Os dados são da Abel.

FIESP VERSUS BC
Paulo Skaf (Fiesp) voltou a atacar ontem o Banco Central, no último almoço do ano organizado pelo Lide. Disse que Lula não deveria dar ouvidos àqueles "arautos" que acham que o país deve manter a inflação sob controle a qualquer custo.


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