São Paulo, quarta-feira, 28 de novembro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

BC ameaça congelar e confunde mercado

O Banco Central assustou ontem o mercado ao ameaçar congelar as tarifas bancárias. A informação havia sido dada pelo diretor de Normas do BC, Alexandre Tombini, durante audiência na Comissão de Defesa do Consumidor. Mais tarde, o BC tratou de desmentir a notícia. O que estaria sendo estudado era a fixação de uma periodicidade para o reajuste das tarifas bancárias.
O fato é que a declaração de Tombini confundiu o mercado. Considerado o último reduto liberal do governo, o BC é tido como a maior garantia hoje de manutenção de uma política econômica conservadora. A afirmação de Tombini gerou um princípio de desconfiança do mercado em relação à condução da economia.
A hipótese de adoção de medidas como congelamento ou tabelamento significa um retrocesso após um longo período de estabilidade econômica. O Brasil já viu esse filme antes várias vezes.
"Afinal, quem garante que o pãozinho também não seria congelado?", pergunta o ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola. "A idéia de definir uma periodicidade para as tarifas é um pouco melhor, mas não o ideal."
A ameaça de congelar ou tabelar as tarifas pode gerar um aumento imediato dos preços desses serviços. Os bancos vão querer que suas tarifas estejam no topo quando o Banco Central decidir intervir nessa área.
Erivelto Rodrigues, presidente da Austin Rating, não acredita que uma medida como essa, de congelamento ou tabelamento das tarifas, seja adotada pelo Banco Central. Seria um atraso muito grande e os bancos, a seu ver, ainda poderiam partir para uma retaliação, por meio da limitação do crédito, um dos grandes motores do crescimento.
O que ele acha mais provável é que o Conselho Monetário Nacional limite a quantidade de tarifas e exija mais transparência por parte dos bancos na cobrança desses serviços.

Líder de órgão de inteligência dos EUA vem ao Brasil

O líder do grupo de pesquisas IMS (Intelligent Maintainece Systems), da Fundação de Ciências Nacional dos EUA, o cientista Jay Lee, está no Brasil para oficializar a criação do Centro de Manutenção Inteligente no país, durante o ISA Show 2007, que acontece até amanhã em São Paulo.
A idéia é que o centro brasileiro seja espelhado no modelo americano e atue a partir da integração entre empresa e escola para diagnose avançada de falhas em equipamentos e processos.
"Muitas companhias parceiras do IMS, como GM, Ford, Toyota e Boeing, têm operações no Brasil e se interessam em explorar parcerias com interesses estratégicos", diz Lee. "As empresas brasileiras também estão interessadas nas tecnologias e ferramentas tecnológicas de manutenção e diagnóstico pois ajudará bastante a melhorar sua produtividade."
No Brasil, as atividades são coordenadas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pelo Senai e estão em fase de testes.

VISUAL
A embalagem de um produto é importantíssima na construção da imagem de uma marca (veja quadro). A afirmação é uma das conclusões da pesquisa "Diagnóstico da Gestão de Embalagens nas Empresas Brasileiras", que o Núcleo de Estudos de Embalagem da ESPM apresenta no dia 11, no Fórum Nacional de Gestão da Embalagem. A pesquisa, desenvolvida pela GFK Indicator, apresenta itens como desenvolvimento para tecnologia e inovação e peso da embalagem no preço final dos produtos.

ENGENHARIA
A indústria de transformação permanece como principal empregadora de engenheiros no Estado de São Paulo, representando 41,7% da categoria, seguida do setor de serviços, com 28,2%, e de construção civil (11,3%). Cerca de 60% desses profissionais atuam em estabelecimentos com mais de 250 trabalhadores, sendo que nas empresas privadas estão 80% da mão-de-obra. Os dados são de estudo do Dieese, com o Seesp (sindicato de engenheiros). A análise será apresentada hoje.

COMBUSTÍVEL
O engenheiro Homero Lopez, que desenvolveu o Hidrol - mistura de óleo combustível com microbolhas de água em condições especiais, que resulta em processo mais econômico e menos poluente-, fechou o primeiro contrato comercial do produto. O acordo foi assinado com a Paraibuna Metais para a queima de 12 fornos para a produção de óxido de zinco. Um projeto piloto também está em teste na Votorantim Metais.

VERDE
O engenheiro Nelson Kawakami acaba de assumir a diretoria executiva da ONG Green Building Council Brasil. A expectativa é que, até 2010, haja mais de 300 empreendimentos registrados para obtenção do selo Leed, do qual o GBC Brasil é o representante no país para atestar a construção de Green Buildings.

ÍNTIMA
A Hope Lingerie anuncia plano de expansão de franquias para fechar 2007 com novas lojas em SP, nos shoppings Paulista e Anália Franco, e em João Pessoa (PB), totalizando nove unidades. Hoje a Hope tem sete lojas. Até 2010, pretende ter 40.

PARCERIA
A Hanesbrands, uma das maiores têxteis do mundo, anuncia parceria com a Walt Disney Company. A aliança foi fechada por um período de dez anos e engloba ações de expertise em marketing para lançamentos de produtos.

CAFÉ DA MANHÃ
Jovens empreendedores associados do IEE (Instituto de Estudos Empresarias) recebem Jorge Gerdau Johannpeter, hoje, para um café da manhã, em São Paulo. O encontro faz parte de uma série com lideranças empresariais do país.

MUNDO AUTÊNTICO
A Editora Campus-Elsevier acaba de lançar "Autenticidade: Tudo o que os Consumidores Querem", de James H. Gilmore e B. Joseph Pine II. No livro, os autores prenunciam a autenticidade como nova tendência de mercado dos produtos e serviços. "As pessoas estão passando a ver o mundo em termos de real e falso e querem comprar algo real de alguém legítimo, não falso de uma fraude", dizem.

NOS TRILHOS
O departamento de infra-estrutura da Fiesp realiza, na próxima segunda, o seminário "Sobre Ferrovias: Em Busca do Elo da Competitividade Logística". Entre os temas abordados, está a atuação da Agência Nacional de Transportes Terrestres e das concessionárias e as políticas tarifárias do setor ferroviário, que serão debatidas em uma mesa-redonda moderada pelo diretor do Deinfra/Fiesp Massimo Giavina-Bianchi.

RECICLAGEM
De 1999 a 2005, instalaram-se 495 novas gráficas no Estado de São Paulo -crescimento de 9,14% no número de novos estabelecimentos. A conclusão é de pesquisa da Abigraf (associação da indústria gráfica). A capital registrou tendência oposta, com redução de 5% no número de empresas, resultado de desativação ou transferência de 135 gráficas, ou cerca de 19 por ano, para cidades vizinhas ou para o interior do Estado.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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