São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2008

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Combustível caro recupera receita da estatal

DA SUCURSAL DO RIO

Apontado pela própria Petrobras como uma das razões para seus problemas de caixa, o preço dos combustíveis, que se manteve sem reajuste diante da escalada do preço do petróleo antes da crise no mercado financeiro, deverá agora ajudar a empresa a recuperar receita no último trimestre do ano.
Após ficar abaixo do preço internacional ao longo de praticamente a maior parte de 2008, a gasolina custa hoje no Brasil cerca de 30% mais cara do que as cotações de referência no exterior. Tal cenário, dizem especialistas do setor, irá impulsionar a receita da Petrobras no final do ano.
Com a queda do preço do petróleo para o patamar de US$ 50 o barril, o valor da gasolina despencou junto. E, com isso, a Petrobras, que subiu seus preços quando o petróleo girava em torno dos US$ 70, aufere agora lucro expressivo na venda do produto, diferentemente do que ocorria até setembro deste ano.
Naquele período, o produto era comercializado com preço defasado pela estatal.
"No momento, a Petrobras ganha com a venda de gasolina. O preço no país já está mais alto do que no golfo Americano [do México, local que baliza os preços de referência]", afirma Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura).
No caso do óleo diesel, a diferença em favor da Petrobras é menor, mas já se aproxima da faixa dos 10%. Tal situação também ajuda a alavancar a receita da companhia.
A última vez que a Petrobras corrigiu seus preços foi em maio deste ano, quando o diesel subiu 15% e a gasolina sofreu reajuste de 10%.
Desde então, a estatal alega que os preços estão alinhados no longo prazo. Diz ainda que, apesar do sobe-e-desce, o petróleo não se firmou num novo patamar que justifique alterações no valor.
Em julho, o petróleo bateu o recorde histórico de US$ 150 o barril. Caiu desde então, especialmente a partir de setembro, por causa da crise financeira internacional, que trouxe a perspectiva de queda do consumo de óleo na esteira da desaceleração da economia mundial.


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