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Combustível caro recupera receita da estatal
DA SUCURSAL DO RIO
Apontado pela própria Petrobras como uma das razões
para seus problemas de caixa, o
preço dos combustíveis, que se
manteve sem reajuste diante
da escalada do preço do petróleo antes da crise no mercado
financeiro, deverá agora ajudar
a empresa a recuperar receita
no último trimestre do ano.
Após ficar abaixo do preço internacional ao longo de praticamente a maior parte de 2008,
a gasolina custa hoje no Brasil
cerca de 30% mais cara do que
as cotações de referência no exterior. Tal cenário, dizem especialistas do setor, irá impulsionar a receita da Petrobras no final do ano.
Com a queda do preço do petróleo para o patamar de US$
50 o barril, o valor da gasolina
despencou junto. E, com isso, a
Petrobras, que subiu seus preços quando o petróleo girava
em torno dos US$ 70, aufere
agora lucro expressivo na venda do produto, diferentemente
do que ocorria até setembro
deste ano.
Naquele período, o produto
era comercializado com preço
defasado pela estatal.
"No momento, a Petrobras
ganha com a venda de gasolina.
O preço no país já está mais alto
do que no golfo Americano [do
México, local que baliza os preços de referência]", afirma
Adriano Pires, diretor do CBIE
(Centro Brasileiro de Infra-Estrutura).
No caso do óleo diesel, a diferença em favor da Petrobras é
menor, mas já se aproxima da
faixa dos 10%. Tal situação
também ajuda a alavancar a receita da companhia.
A última vez que a Petrobras
corrigiu seus preços foi em
maio deste ano, quando o diesel
subiu 15% e a gasolina sofreu
reajuste de 10%.
Desde então, a estatal alega
que os preços estão alinhados
no longo prazo. Diz ainda que,
apesar do sobe-e-desce, o petróleo não se firmou num novo
patamar que justifique alterações no valor.
Em julho, o petróleo bateu o
recorde histórico de US$ 150 o
barril. Caiu desde então, especialmente a partir de setembro,
por causa da crise financeira internacional, que trouxe a perspectiva de queda do consumo
de óleo na esteira da desaceleração da economia mundial.
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