São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2008

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Onda de calor provoca apagões na Argentina

"Populismo energético" diminui eficiência do setor

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

A ameaça de crise energética voltou a rondar a Argentina nesta semana, motivada por uma onda de calor que causou recordes de consumo de energia e cortes no fornecimento.
O problema, comum no país sob temperaturas extremas (quentes ou frias), voltou neste novembro, o mais quente em 53 anos. A Grande Buenos Aires, que teve cortes de luz em diversos bairros ontem, registrava 35ºC e sensação térmica de 40ºC às 18h.
A distribuidora Edesur, que atende 6,1 milhões de habitantes, marcou pico histórico de consumo de energia às 15h30: 3.310 MW, superando o recorde de 3.159 MW de 8 de janeiro.
O ministro de Planejamento, Julio de Vido, negou ontem que haja problemas estruturais no setor. Atribuiu o problema às temperaturas atípicas. "No pico de demanda na noite de ontem [anteontem], tínhamos demanda [nacional] de 18.100 MW, e o sistema tinha 21.000 MW disponíveis, sem contar 1.000 MW disponíveis do Brasil", afirmou.
O ministro negou a possibilidade de piora da situação. Disse que nesta época há menor atividade industrial no país e menor consumo na Grande Buenos Aires por causa das férias.
No inverno de 2007, a crise energética atingiu o país em cheio. Indústrias foram obrigadas a reduzir o consumo por mais de dois meses e o governo chegou a cortar o fornecimento de gás natural ao Chile.
A Argentina sofre com a fragilidade de seu sistema elétrico. São escassos os recursos naturais e faltam investimentos. Os altos subsídios às tarifas são classificados pelos críticos como "populismo energético".
O consumo é incentivado por baixas tarifas, as menores da região -cerca de 20% inferiores às do Brasil e Chile e 40% menores que as dos demais.


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