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Onda de calor provoca apagões na Argentina
"Populismo energético" diminui eficiência do setor
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
A ameaça de crise energética
voltou a rondar a Argentina
nesta semana, motivada por
uma onda de calor que causou
recordes de consumo de energia e cortes no fornecimento.
O problema, comum no país
sob temperaturas extremas
(quentes ou frias), voltou neste
novembro, o mais quente em
53 anos. A Grande Buenos Aires, que teve cortes de luz em
diversos bairros ontem, registrava 35ºC e sensação térmica
de 40ºC às 18h.
A distribuidora Edesur, que
atende 6,1 milhões de habitantes, marcou pico histórico de
consumo de energia às 15h30:
3.310 MW, superando o recorde de 3.159 MW de 8 de janeiro.
O ministro de Planejamento,
Julio de Vido, negou ontem que
haja problemas estruturais no
setor. Atribuiu o problema às
temperaturas atípicas. "No pico de demanda na noite de ontem [anteontem], tínhamos demanda [nacional] de 18.100
MW, e o sistema tinha 21.000
MW disponíveis, sem contar
1.000 MW disponíveis do Brasil", afirmou.
O ministro negou a possibilidade de piora da situação. Disse
que nesta época há menor atividade industrial no país e menor
consumo na Grande Buenos
Aires por causa das férias.
No inverno de 2007, a crise
energética atingiu o país em
cheio. Indústrias foram obrigadas a reduzir o consumo por
mais de dois meses e o governo
chegou a cortar o fornecimento
de gás natural ao Chile.
A Argentina sofre com a fragilidade de seu sistema elétrico.
São escassos os recursos naturais e faltam investimentos. Os
altos subsídios às tarifas são
classificados pelos críticos como "populismo energético".
O consumo é incentivado por
baixas tarifas, as menores da
região -cerca de 20% inferiores às do Brasil e Chile e 40%
menores que as dos demais.
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