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Jirau não deve começar a operar em 2012, diz Aneel
Edison Lobão pede "trégua" a ambientalistas
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A hidrelétrica de Jirau, no rio
Madeira (RO), uma das principais obras do PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento), não deverá começar a gerar
energia nos primeiros meses de
2012, como planeja o consórcio
Enersus, responsável pela obra.
De acordo com o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional
de Energia Elétrica), Jérson
Kelman, por causa do atraso a
agência reguladora terá que fazer novo leilão, no ano que vem,
para contratar termelétricas a
óleo, que irão gerar a energia no
lugar da que seria produzida
por Jirau em 2012.
Kelman disse que isso custará R$ 400 milhões aos consumidores, além de aumentar a
poluição, com consumo de 200
mil toneladas de óleo e emissão
de 600 mil toneladas de gases
que causam efeito estufa.
O diretor-geral da Aneel afirmou que o atraso é causado por
liminar concedida pela Justiça,
cassando as licenças ambientais que autorizavam o início da
construção. Sem poder começar a obra, os empreendedores
não podem aproveitar a chamada "janela hidrológica"
-atual momento do ano em
que a vazão do rio Madeira ainda está mais baixa.
A vazão aumenta com a chegada das chuvas, que já estão
começando. Isso impede que se
possa entrar no rio e construir
"ensecadeiras" (barragens),
primeiro passo na construção
da usina. Se a vazão subir, é preciso esperar até o final do período de chuvas, no ano que vem,
para iniciar a construção.
"A liminar impede a usina de
aproveitar a janela hidrológica.
É muito difícil que ela consiga
produzir energia em 2012",
afirmou Kelman, durante simpósio sobre infra-estrutura
realizado no Senado. "A Aneel
vai ter de fazer outro leilão, no
ano que vem, e provavelmente
uma termelétrica a óleo vai ganhar", disse. Ele informou que
terão que ser gerados 1.000
MW de fonte termelétrica para
compensar o atraso de Jirau.
Quando pronta, Jirau terá capacidade de gerar 3.150 MW.
Trégua
O ministro Edison Lobão
(Minas e Energia) participou
do mesmo seminário e falou logo após Kelman. O ministro, no
entanto, disse acreditar que seja possível cassar a liminar a
tempo e iniciar as obras, sem
comprometer o início da geração de energia em 2012.
Lobão fez um apelo aos ambientalistas. "Os ecologistas devem dar uma trégua ao governo
e aos brasileiros. O que é letal é
falta de energia."
Victor Paranhos, presidente
do Enersus, afirmou que espera
que a liminar que suspende o licenciamento ambiental seja
cassada até segunda-feira. Se
isso acontecer, ele avalia que
poderá começar a construção
das ensecadeiras a tempo.
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