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MOVIMENTO DA ÁGUIA
Mercado vê mudança de texto como alta mais próxima
Sem surpresa, Fed deixa juro em 1%
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
O Fed (banco central dos EUA)
decidiu ontem manter inalterada
a sua taxa básica de juros em 1%.
A taxa permanece nesse nível, o
mais baixo das últimas quatro décadas, desde junho de 2003.
"O comitê continua a acreditar
que a acomodação da postura da
política monetária, casada com
um fundamento robusto do crescimento na produtividade, está
oferecendo um importante apoio
para a atividade econômica", diz
comunicado do Fed.
Em todo o mercado, a manutenção da taxa não causou surpresa. Uma sutileza semântica na linguagem do banco, entretanto,
provocou alguma ressonância.
No último pronunciamento, em
dezembro, o Fed afirmou que tinha a intenção de manter a taxa
nesse patamar por um "período
considerável". Dessa vez, a nota
do comitê diz que o Fed será "paciente" a respeito de decisão de alterar o índice.
O mercado financeiro em Nova
York interpretou a introdução da
nova expressão como um sinal de
que o banco estaria mais próximo
de elevar a taxa. Imediatamente
após o comunicado do Fed, o preço das ações na Bolsa caiu. Ontem, os principais índices fecharam em queda. O Dow Jones caiu
1,33%, para 10.468 pontos. O Nasdaq recuou 1,83% e fechou aos
2.077 pontos.
Apesar do pequeno susto de ontem, acredita-se que o Fed não vá
promover grandes mudanças. "A
manutenção da taxa era um movimento esperado. Este é um ano
eleitoral. O Fed só deve elevar a taxa de juros se for realmente necessário e acredito que essa elevação
vá ser modesta. No momento,
não deve haver mudanças", disse
Steve Lesley, da Economist Intelligence Unit. O grupo edita a revista "The Economist".
Quanto à saúde da economia, o
Fed diagnosticou que, a despeito
de "algumas melhoras", o mercado de trabalho continua "subjugado". Mas citou um indicador
positivo ao mencionar que a produção "está se expandindo rapidamente". Em outro trecho do
comunicado, o banco afirma que
os aumentos nos preços ao consumidor estão "mudos".
Outros economistas também
apontam mais sinais benéficos na
economia americana. Para William Duddley, do Goldman
Sachs, os EUA também devem receber um bom fluxo de investimentos em papéis do Tesouro
nos próximos meses.
No lado de ações, o mercado
também deve manter a trajetória
de alta. Dados do Departamento
do Tesouro dos EUA mostram
que, em novembro de 2003, o investimento líquido (entradas menos saídas) em ativos americanos
por estrangeiros ficou em US$
87,6 bilhões, ante US$ 27,8 bilhões
no mês anterior.
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