São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 2006

Próximo Texto | Índice

MERCADO ABERTO

Osesp muda modelo de financiamento

Criada em 2005 para ajudar a manter a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Fundação Osesp começa a acumular resultados positivos e já planeja passos maiores.
A poucos dias de encerrar o período de assinaturas para a temporada 2006 -acaba na terça-, ela conta com mais de 10,3 mil adesões, alta de cerca de 14% em relação ao ano anterior. Na temporada 2005, o crescimento havia sido inferior a 3%.
A expansão pode ser explicada pela implantação de um novo sistema de vendas pela internet e pela manutenção dos preços praticados em 2005, afirma Marcelo Lopes, trompetista liceciado da orquestra que assumiu a direção executiva da fundação.
Para ele, a transição para o escritório foi natural. Lopes diz que sempre se envolveu com questões administrativas da Osesp -ele é formado em direito e economia, com pós-graduação em administração pública.
Embora criada em junho, a fundação, na prática, só começou a funcionar em novembro, quando foi assinado o contrato de gestão da fundação com o Estado, de cinco anos. A primeira medida foi regularizar a situação de cerca de 300 profissionais, incluindo os músicos da orquestra, que, até então, recebiam um salário fixo e não tinham direitos como férias e 13º salário.
O Estado repassa à fundação R$ 43 milhões por ano para a manutenção da orquestra e da Sala São Paulo. Em contrapartida, ela tem uma série de metas, como realizar ao menos 130 concertos da Osesp por ano, preencher 60% da sala nas apresentações e captar ao menos 12% do que o Estado repassa, cerca de R$ 5 milhões. Lopes diz que a fundação deve levantar o dobro já neste ano, a maior parte de empresas que associarão seus nomes a uma série de concertos, em projetos da Lei Rouanet. Cerca de R$ 7,6 milhões custeariam a temporada, e R$ 2,6 milhões, uma turnê de 20 dias nos EUA.
O próximo passo será o lançamento, ainda em 2006, de uma espécie de fundo de capital permanente, que será capitalizado por um período de 10 a 15 anos. "A partir daí, o rendimento servirá como um "colchão" para ajudar a custear a operação da Osesp. É algo comum nas orquestras americanas. Nem sempre poderemos contar com essa ajuda do governo", diz Lopes.

Joiás lideram exportação
No mundo das exportações, o Brasil não é só o país do minério de ferro, da soja e do aço. O Brasil é também o país das jóias e das bijuterias.
Pelo segundo ano consecutivo, o setor de artefatos de joalheria e bijuterias foi o que mais exportou por meio do Exporta Fácil, um sistema criado em 1999 para incentivar pequenas e médias empresas a venderem produtos por meio dos Correios.
As exportações de jóias e bijuterias representaram 47,2% dos US$ 100 milhões arrecadados com esse sistema. Em relação a 2004, as vendas do segmento cresceram 20%.
O levantamento foi realizado a pedido da Camex (Câmara de Comércio Exterior). Ao todo, 122 países importaram por esse mecanismo -os maiores compradores foram EUA, Japão e Portugal.
O limite de venda por remessa foi recém-ampliado de US$ 10 mil para US$ 20 mil.

TURISMO COM DENDÊ
O turismo na Bahia deve crescer 8% neste verão em relação à estação do ano passado. Em números, significa que mais de 2 milhões de pessoas visitarão o Estado e que serão gerados mais de US$ 350 milhões. O aumento financeiro, em relação a 2005, será de 10%. Metade do fluxo de visitantes deve ir à Bahia só no Carnaval, que, pelas estimativas, movimentará US$ 175 milhões.

INTERESSE BRITÂNICO
O ministro do Comércio do Reino Unido, Ian Pearson, irá assinar nesta semana, por ocasião de sua visita ao Brasil, um memorando de entendimento na área energética, a fim de promover os negócios das empresas desse setor nos dois países. O plano é facilitar a transferência de tecnologia e as transações comerciais no ramo e abrangerá também programas de energia alternativas. A estada de Pearson incluirá a visita a sedes de companhias britânicas no país, de diferentes setores. A visita do ministro britânico se insere em uma estratégia de aproximação comercial do Reino Unido com mercados emergentes -Índia e África do Sul também fazem parte da agenda de países visitados. Nesse sentido, o governo decidiu apoiar a vinda de sete missões comerciais ao Brasil neste ano, além da realização de feiras.

GIGANTESCO
A Funcef (fundo de pensão dos funcionários da Caixa) fechou acordo com a Rossi Residencial para a construção de, possivelmente, o maior empreendimento no Estado de SP neste ano. O projeto, em Santo André, prevê a construção de 150 mil m2 de área, sendo 1.028 apartamentos e 400 casas, além de uma área comercial. A estimativa é que o investimento chegue a R$ 300 milhões.

NOVOS PLANOS
Uma nova agência com novas propostas e serviços é o que o publicitário Silvio Matos, 35, promete com sua Matos Grey. Criada em parceria com a gigante mundial WPP, além da divisão de comunicação, a agência começou a funcionar na última quinta com uma área voltada para o "entendimento do consumidor e do consumo de massa e dos movimentos de segmentação" e outra para o design de conteúdo. "Com essa proposta, a gente fica diferente das agências mais tradicionais. Abrimos o leque e criamos um diferencial", diz Matos, que deixara a presidência da Y&R no fim de 2005. Ele tem entre suas principais contas as da Procter & Gamble, da GlaxoSmithKline e da DaimlerChrysler, entre outras. "E, no primeiro dia de trabalho, fechamos com os cartões de crédito do Bradesco."


Próximo Texto: SP ganha mais de 200 mil pobres em um ano
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.