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Mercado Aberto
Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br
Abertura de resseguros não deve causar queda imediata de preços
A abertura do mercado de
resseguros no Brasil, sancionada neste mês, ao contrário do
que tem sido comentado, não
vai provocar uma redução automática das taxas praticadas
no setor. A opinião é de Flávio
Bauer, presidente da corretora
de seguros Marsh no Brasil.
A medida, que entrará de forma gradual, tem objetivo de estimular a concorrência no setor
e a eficiência do IRB (Instituto
de Resseguros do Brasil), que
até então possuía o monopólio
da atividade.
Para Bauer, o Brasil passará a
participar de um "sistema de
vasos comunicantes", ou seja,
qualquer catástrofe que ocorrer no mundo -e que tiver alguma influência sobre as taxas
de resseguros- deverá provocar impactos nos preços brasileiros. "Um 11 de Setembro e
um tsunami fazem o mercado
de seguros sofrer muito."
Se, por um lado, o monopólio
do IRB funcionava como um
anteparo, que filtrava os efeitos
do mercado internacional, por
outro alguns segurados acabavam pagando mais devido a
uma generalização do risco.
A queda nos preços deve ser
sentida por uma parte dos segurados. Com a mudança,
aqueles cujas atividades possuem baixo histórico de risco
serão beneficiados. Os que não
possuem uma política rigorosa
de segurança deverão pagar
mais por isso.
Para o mercado, a abertura
deve provocar uma maior especialização, segundo Bauer, já
que, com o fim do monopólio,
os contratos passarão a ser
mais complexos. "Cada um terá
que saber claramente qual é a
sua vocação", diz.
João Baptista Barbará, diretor da corretora de resseguros
Heath Lambert no Brasil, lembra que o preço dos seguros no
varejo -que em geral não envolvem resseguros- não deverá sofrer nenhuma alteração.
Nesse casos, a seguradora detém a totalidade do risco.
Quem poderá sentir alguma
alteração é, portanto, a indústria de médio e grande porte.
Outra conseqüência mencionada por executivos do setor é o
impacto nas pequenas seguradoras que não estão aliadas a
resseguradoras multinacionais. Estas devem se direcionar
para contratos de baixo valor,
para não ter que recorrer a resseguro.
FERMENTO
A rede de alimentação Wraps inaugura, até o final de março, duas novas unidades. Uma delas será no shopping Leblon, no Rio, a primeira da rede -que possui sete lojas- fora de São Paulo. A unidade paulista, na rua Oscar Freire, será a maior da rede. O plano de expansão prevê também, até
o final do ano, a abertura de outras quatro unidades. O investimento inicial de cada uma pode variar de R$ 700 mil a
R$ 900 mil, segundo o sócio Marcelo Ferraz. "O aporte total
para essa expansão gira em torno de R$ 5 milhões", afirma.
Com a abertura das novas lojas, o número de funcionários
irá subir de 135 para 230. O menu vai trazer novas opções
criadas pela chef Carole Crema.
EXPECTATIVA
Os soteropolitanos estão otimistas com a economia brasileira, segundo pesquisa do Ibope com 16.768 entrevistados realizada entre julho de 2005 e julho de 2006 (veja tabela acima). Do
total dos entrevistados, 45% dizem achar que a situação está
melhor do que um ano atrás. Entre julho de 2002 e julho de
2003, esse número era de 32%.
FEZINHA
A arrecadação das loterias
da Caixa atingiu R$ 410 milhões na terceira semana de
janeiro. O número superou o
montante captado em janeiro de 2006. O crescimento
registrado até agora foi de
28%. No ano passado, o valor
arrecadado neste mês ficou
em R$ 320 milhões.
HOSPEDAGEM
A rede InterContinental
Hotels Group acaba de lançar o InterContinental Los
Angeles Century City, na
Califórnia, que tem 363
apartamentos e fica próximo a Beverly Hills. A rede
inaugurou 16 novas propriedades nos últimos dois anos.
CASTELO DE AREIA
A incorporadora Klabin
Segall, para atrair a atenção
para o condomínio Oceano,
lançado em dezembro na
praia das Astúrias, no Guarujá, colocou em exposição
uma réplica em forma de escultura de areia do empreendimento, em frente de
onde será construído.
MUNDO FASHION
A Kimberly-Clark lança
novidades na São Paulo Fashion Week. A primeira delas
é o conjunto de quatro novas
latas com desenhos de Ronaldo Fraga para o papel higiênico Neve. A segunda, o
lançamento do absorvente
Intimus Gel Discret.
análise
Mercosul vive "crise de identidade"
Durante a Cúpula do Mercosul, muito se falou sobre
questões políticas, mas pouco sobre problemas econômicos. Para o advogado
Eduardo Felipe Matias, sócio
de L.O.Baptista Advogados e
coordenador-geral da Escola
Internacional de Direito
Anhembi, o Mercosul vive
uma crise de identidade, ao
não implementar totalmente a TEC (Tarifa Externa Comum).
O bloco não consegue sequer alcançar o estágio de
união aduaneira perfeita. O
que se conclui, na sua opinião, é que os países do Mercosul não prefeririam de fato
fazer parte de uma zona de livre comércio.
Matias diz que o Mercosul
precisa sinalizar com clareza
para o resto do mundo que
investimentos estrangeiros
são bem-vindos e que serão
devidamente protegidos.
Uma sinalização importante,
a seu ver, seria a celebração
de acordos de proteção de investimentos, algo comum no
contexto de processos de integração regional.
Segundo Matias, o Mercosul possui dois acordos dessa
espécie, ambos de 1994, mas
nenhum deles está em vigor.
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