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Folhainvest
PAC pode favorecer ações de infra-estrutura
Companhias ligadas à concessão de rodovias, a ferrovias, a energia e a saneamento tendem a se beneficiar de programa
Analistas, no entanto, dizem que sucesso do plano
ainda é incerto e pode
ser arriscado apostar
em determinado papel
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A divulgação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), há uma semana, fez
analistas e investidores pararem para calcular quais possíveis ações e setores poderiam
se beneficiar no futuro com o
programa governamental.
Especialmente as ações dos
setores de infra-estrutura foram lembradas em um primeiro momento. Mas profissionais
do mercado afirmam que ainda
é relativamente cedo para cravar quais segmentos vão responder, no mercado acionário,
favoravelmente ao PAC.
"As empresas ligadas à infra-estrutura tendem a se beneficiar, mas tudo depende ainda
do sucesso do PAC. Hoje, há
uma expectativa positiva, de
aprovação do programa, mas
temos de esperar", avalia Alex
Agostini, economista da consultoria Austin Rating. "Por isso, pode ser arriscado apostar
em determinado papel por conta de um hipotético sucesso do
PAC e correr para a Bolsa."
Medidas importantes para
dar sustentação ao PAC têm de
ser aprovadas no Congresso. E
a oposição na Câmara dos Deputados já demonstrou insatisfação com muitos pontos do
programa.
Além da disposição da maioria do Congresso, o PAC depende também do interesse do setor privado em participar de vários projetos.
Ivan Guetta, gestor de renda
variável da Gap Asset Management, diz que "os projetos do
governo costumam se modificar com o tempo", o que torna
mais difícil afirmar quais ações
podem subir por conta do programa. "Mas não podemos esquecer que o grande foco do
PAC é a infra-estrutura."
"Ações de companhias como
CCR e OHL podem voltar a se
beneficiar com novas concessões de estradas. Sem nos esquecermos da ALL", afirma.
Ferrovias
A ALL (América Latina Logística), que atua na área de
malhas ferroviárias, é uma das
maiores empresas de seu segmento. Em maio passado, a
companhia comprou a Brasil
Ferrovias, em um negócio de
R$ 1,4 bilhão.
Em 2006, entre as ações que
compõem o índice Ibovespa, o
papel ALL Unit foi o principal
destaque, ao conseguir valorização acumulada de 123,9%.
Ou seja, R$ 5.000 aplicados
nas ações da empresa no primeiro dia útil de 2006 se transformaram em quase R$ 11.200
no final do ano.
A CCR é a maior operadora
de concessões de rodovias do
país. Está nas mãos da empresa
a operação de seis concessões
de rodovias, como AutoBan e
NovaDutra.
Atuando no mesmo segmento, a OHL Brasil conta com
quatro concessionárias, que
detêm a operação em rodovias
no Estado de São Paulo, como
Autovias e Centrovias.
Na semana passada, essas
ações não tiveram desempenho
diferenciado -o que talvez
mostre que não houve nenhuma corrida para comprá-las em
resposta às perspectivas levantadas pelo PAC.
A ação ALL Unit teve alta de
2,44% na semana. O papel ON
da CCR subiu 1,09%, e OHL
Brasil ficou estável.
Potencial
Charles Philipp, diretor da
corretora SLW, também cita
papéis da área de infra-estrutura e do setor elétrico com potencial para ganhar com o PAC.
"Penso em ações como CCR,
OHL e Eletrobrás. Mas não me
animo neste primeiro momento, apenas por conta do anúncio
do PAC", afirma.
O setor de saneamento, à
qual pertencem empresas como Sabesp e Copasa, também
tem sido citado no mercado.
Agostini diz que há empresas
ligadas ao setor imobiliário e de
habitação, como Rossi Residencial, Cyrela e Gafisa, que
também têm novo potencial de
valorização em conseqüência
do programa oficial de fomento
ao crescimento.
Além desses, há outros segmentos que podem se beneficiar das medidas previstas.
Para o setor de energia, estão
programados investimentos
públicos da ordem de R$ 274,8
bilhões. Para a informática, o
governo planeja elevar o valor
de isenção para microcomputadores e notebooks, o que pode aumentar a demanda por
produtos no segmento.
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