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Expectativa de novo corte de juros nos EUA anima Bolsas
Bovespa chega a cair 1,92%, mas fecha em alta de 1,97% impulsionada por NY
Dado ruim de venda de casas nos EUA reforça projeção de nova redução
de juros no país amanhã; Dow Jones sobe 1,45%
DA REPORTAGEM LOCAL
Após abrir em terreno negativo, na esteira dos mercados
europeu e asiático, a Bolsa de
Valores de São Paulo conseguiu
encontrar o rumo da alta, para
fechar com ganhos de 1,97%.
Para a virada da Bovespa, foi
fundamental a melhora dos
pregões nos Estados Unidos.
Os péssimos dados das vendas
de imóveis nos EUA em 2007
(leia texto abaixo) acabaram
ajudando o mercado porque
fortalecerem as expectativas
dos investidores em relação à
possibilidade de o Fomc (comitê do banco central americano
que define os juros) reduzir a
taxa básica dos EUA em sua
reunião, que acaba amanhã.
O índice Dow Jones, importante referência da Bolsa de
Nova York, registrou alta de
1,45%. A Bolsa eletrônica Nasdaq, na qual são negociadas
ações de empresas de alta tecnologia, subiu 1,02%.
Na Europa, não houve tempo
para recuperação. A Bolsa de
Londres teve baixa de 1,36%, e a
de Paris caiu 0,61%.
Na semana passada, o Fomc
cortou os juros de 4,25% para
3,5% anuais de forma emergencial. A atitude animou os mercados acionários pelo mundo.
Boa parte do mercado aguarda
agora que a taxa seja cortada
em mais meio ponto percentual amanhã -expectativa que
cresceu ainda mais ontem. Há
até uma parcela do mercado
que espera por uma redução de
0,75 ponto.
Dessa forma, se o BC americano não voltar a reduzir os juros, as Bolsas poderão ter dias
mais difíceis pela frente.
"As turbulências externas
não acabaram. O que vimos hoje [ontem] foi uma correção das
fortes perdas que muitas ações
sofreram nos últimos pregões.
Na Bovespa, Vale e Petrobras
bateram recentemente em níveis bem baixos", afirmou Luiz
Roberto Monteiro, assessor de
investimentos da corretora
Souza Barros.
Juros mais baixos podem representar maior consumo nos
EUA, o que tenderia a beneficiar os resultados de empresas
e bancos que têm sido punidos
com o desaquecimento econômico que afeta a maior economia do mundo.
A Bovespa manteve ontem as
fortes oscilações. Na mínima,
marcou desvalorização de
1,92%. Na máxima, alcançou
ganhos de 2,19%.
O volume financeiro movimentado ficou em R$ 6,24 bilhões, o que representa cerca de
30% a mais que a média diária
de 2007.
O índice Ibovespa, que reúne
as ações mais negociadas da
Bolsa, encerrou aos 58.593
pontos. Com isso, ainda registra queda elevada no ano, acumulada em 8,28%.
No mercado de câmbio, o dia
foi de baixa para o dólar. A moeda norte-americana encerrou
vendida a R$ 1,784, com recuo
de 0,17%.
Ações em alta
A valorização das ações da
Petrobras foi fundamental para
os ganhos do Ibovespa.
O papel, muito vendido pelos
estrangeiros nas últimas semanas, segundo operadores, subiu
ontem 6,49% (ON) e 5,38%
(PN).
Apesar do lucro recorde, as
ações preferenciais do Bradesco tiveram alta moderada na
Bovespa, de 1%. Mas no pregão
anterior a ação do banco havia
se valorizado em 7,66%.
(FABRICIO VIEIRA)
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