São Paulo, terça-feira, 29 de janeiro de 2008

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Expectativa de novo corte de juros nos EUA anima Bolsas

Bovespa chega a cair 1,92%, mas fecha em alta de 1,97% impulsionada por NY

Dado ruim de venda de casas nos EUA reforça projeção de nova redução de juros no país amanhã; Dow Jones sobe 1,45%

DA REPORTAGEM LOCAL

Após abrir em terreno negativo, na esteira dos mercados europeu e asiático, a Bolsa de Valores de São Paulo conseguiu encontrar o rumo da alta, para fechar com ganhos de 1,97%.
Para a virada da Bovespa, foi fundamental a melhora dos pregões nos Estados Unidos. Os péssimos dados das vendas de imóveis nos EUA em 2007 (leia texto abaixo) acabaram ajudando o mercado porque fortalecerem as expectativas dos investidores em relação à possibilidade de o Fomc (comitê do banco central americano que define os juros) reduzir a taxa básica dos EUA em sua reunião, que acaba amanhã.
O índice Dow Jones, importante referência da Bolsa de Nova York, registrou alta de 1,45%. A Bolsa eletrônica Nasdaq, na qual são negociadas ações de empresas de alta tecnologia, subiu 1,02%.
Na Europa, não houve tempo para recuperação. A Bolsa de Londres teve baixa de 1,36%, e a de Paris caiu 0,61%.
Na semana passada, o Fomc cortou os juros de 4,25% para 3,5% anuais de forma emergencial. A atitude animou os mercados acionários pelo mundo. Boa parte do mercado aguarda agora que a taxa seja cortada em mais meio ponto percentual amanhã -expectativa que cresceu ainda mais ontem. Há até uma parcela do mercado que espera por uma redução de 0,75 ponto.
Dessa forma, se o BC americano não voltar a reduzir os juros, as Bolsas poderão ter dias mais difíceis pela frente.
"As turbulências externas não acabaram. O que vimos hoje [ontem] foi uma correção das fortes perdas que muitas ações sofreram nos últimos pregões. Na Bovespa, Vale e Petrobras bateram recentemente em níveis bem baixos", afirmou Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros.
Juros mais baixos podem representar maior consumo nos EUA, o que tenderia a beneficiar os resultados de empresas e bancos que têm sido punidos com o desaquecimento econômico que afeta a maior economia do mundo.
A Bovespa manteve ontem as fortes oscilações. Na mínima, marcou desvalorização de 1,92%. Na máxima, alcançou ganhos de 2,19%.
O volume financeiro movimentado ficou em R$ 6,24 bilhões, o que representa cerca de 30% a mais que a média diária de 2007.
O índice Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas da Bolsa, encerrou aos 58.593 pontos. Com isso, ainda registra queda elevada no ano, acumulada em 8,28%.
No mercado de câmbio, o dia foi de baixa para o dólar. A moeda norte-americana encerrou vendida a R$ 1,784, com recuo de 0,17%.

Ações em alta
A valorização das ações da Petrobras foi fundamental para os ganhos do Ibovespa.
O papel, muito vendido pelos estrangeiros nas últimas semanas, segundo operadores, subiu ontem 6,49% (ON) e 5,38% (PN).
Apesar do lucro recorde, as ações preferenciais do Bradesco tiveram alta moderada na Bovespa, de 1%. Mas no pregão anterior a ação do banco havia se valorizado em 7,66%.
(FABRICIO VIEIRA)


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