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Recorde, lucro do Bradesco chega a R$ 8 bi
Resultado líquido no ano passado, o maior já registrado até agora por um banco, teve crescimento de 58,5% em relação a 2006
Ganho foi impulsionado principalmente pela carteira de crédito, que se expandiu em 38,9%; Itaú divulga seu balanço na próximo dia 12
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Bradesco abriu a safra de
balanços de 2007 dos grandes
bancos que operam no país. E,
diferentemente das dificuldades que atravessam as maiores
instituições financeiras dos
EUA e da Europa, o Bradesco
viu seu lucro líquido expandir-se 58,5% e alcançar os R$ 8,01
bilhões no ano passado.
O resultado de 2007 representou o maior lucro já registrado por um banco no país nos
últimos 20 anos, segundo a
consultoria Economática.
Além da contínua expansão
do crédito, o banco se beneficiou de ganhos extraordinários
no ano, como a venda de participações na Bovespa e na
BM&F, que renderam R$ 480
milhões. Houve fortes ganhos
também com a alienação da Serasa, que rendeu à instituição
outros R$ 599 milhões.
Sem computar os ganhos extraordinários, o lucro líquido
do Bradesco teria ficado em R$
7,21 bilhões -ainda assim, uma
cifra recorde.
Apenas no quarto trimestre,
a instituição financeira lucrou
R$ 2,19 bilhões.
O crescimento de 38,9% da
carteira de crédito, que alcançou R$ 161,4 bilhões, superou
as projeções dos analistas. O
que surpreendeu foi o aumento
de 46,7% no crédito destinado a
pequenas e médias empresas.
Márcio Cypriano, presidente
do Bradesco, diz que as pequenas e médias "começaram a desengavetar projetos e fazer investimentos". Para 2008,
Cypriano prevê uma expansão
ainda elevada, entre 21% e 25%,
na carteira de crédito do banco.
Com a expectativa de manutenção dos juros em 11,25% durante boa parte do ano, as carteiras de crédito devem se manter lucrativas para os bancos.
A expansão do crédito no
segmento de pessoa física, que
foi de 34,2% no ano, não ocasionou a elevação da inadimplência, como ocorreu em 2006. De
dezembro de 2006 para dezembro de 2007, a inadimplência acima de 90 dias recuou de
6,3% para 6%.
O crédito respondeu por 25%
do resultado do banco no ano
passado, contra 23% em 2006.
Quem ganhou mais espaço no
resultado foram as receitas
com serviços (como tarifas, administração de fundos e cartões), que subiram de 26% para
29% do total.
"Nesse segmento, chama a
atenção o grande aumento dos
cartões de crédito. Os ganhos
com tarifas se mantiveram elevados, mas os com cartões aumentaram bem mais", afirma
Luis Miguel Santacreu, analista
da consultoria Austin Rating.
O volume movimentado pelo
segmento de cartões de crédito
cresceu 47,2% no ano passado.
Entre as receitas obtidas com
serviços, que totalizaram R$
10,81 bilhões, os cartões tiveram a mais forte participação,
com R$ 2,45 bilhões. O retorno
das contas correntes para o
banco totalizou R$ 2,36 bilhões. A administração de fundos rendeu R$ 1,44 bilhão.
Para o banco, os resultados
advindos da seguradora seguem com peso considerável,
mesmo com recuo de 2006 para 2007. A participação do setor
segurador caiu de 34% para
31% do resultado no período.
O Bradesco mostrou estar
com apetite para eventuais
bons negócios no exterior. "Estamos mais para caçador que
para caça", afirmou Cypriano.
O principal concorrente do
Bradesco, o Itaú, irá apresentar
seu balanço referente a 2007
no dia 12. Considerando o resultado acumulado até o terceiro trimestre, é grande a chance
de o Itaú ter tido um lucro ainda maior que o do Bradesco.
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