São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

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Estudo da Febraban vê "spread" menor que o do BC

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Febraban apresentou ontem um estudo sobre a estrutura de custos do crédito brasileiro que contrasta com os dados divulgados na véspera pelo Banco Central. No estudo da Febraban, a média do chamado "spread" bancário -diferença entre taxa captada e repassada ao consumidor- para pessoa física cai de 45 pontos percentuais para 35,7 pontos.
A diferença acontece porque a Febraban soma aos dados do BC o leasing de veículos e as operações de crédito habitacional, cuja fonte de captação é a poupança e tem taxas praticamente tabeladas. Também inclui crédito rural e repasses do BNDES para pessoa jurídica, que têm juros menores. Já a pesquisa do BC se concentra nas operações de crédito livre, que não têm direcionamento obrigatório de recursos. Segundo a Febraban, com a incorporação desses segmentos, o saldo de operações passa de 45,5% do total do crédito para 73,6%.
"Nosso estudo não utiliza uma metodologia divergente da do Banco Central. A metodologia é a mesma, mas inclui uma parte importante do crédito que fica fora. A tendência de alta do "spread" é acentuada [na pesquisa do BC] porque reflete mais as operações de curto prazo, que têm taxas maiores", disse Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban.
A Febraban atribui o aumento dos "spreads" basicamente à redução na oferta de crédito e à expectativa de elevação futura da inadimplência, que pode ou não se confirmar. Se a inadimplência não aumentar, crescerá o ganho dos bancos. ""Spread" costuma ser confundido com lucro líquido, mas não é isso. Inclui uma série de custos."
Segundo o BC, o ganho dos bancos representava 26,93% do "spread" no fim de 2007, enquanto a inadimplência somava 37,3%, seguida por custos administrativos (13,5%), impostos diretos (10,53%), tributos indiretos (7,81%) e depósito compulsório (3,54%).


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