|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Estudo da Febraban vê "spread" menor que o do BC
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Febraban apresentou ontem um estudo sobre a estrutura de custos do crédito brasileiro que contrasta com os dados
divulgados na véspera pelo
Banco Central. No estudo da
Febraban, a média do chamado
"spread" bancário -diferença
entre taxa captada e repassada
ao consumidor- para pessoa
física cai de 45 pontos percentuais para 35,7 pontos.
A diferença acontece porque
a Febraban soma aos dados do
BC o leasing de veículos e as
operações de crédito habitacional, cuja fonte de captação é a
poupança e tem taxas praticamente tabeladas. Também inclui crédito rural e repasses do
BNDES para pessoa jurídica,
que têm juros menores. Já a
pesquisa do BC se concentra
nas operações de crédito livre,
que não têm direcionamento
obrigatório de recursos. Segundo a Febraban, com a incorporação desses segmentos, o saldo de operações passa de 45,5%
do total do crédito para 73,6%.
"Nosso estudo não utiliza
uma metodologia divergente
da do Banco Central. A metodologia é a mesma, mas inclui
uma parte importante do crédito que fica fora. A tendência de
alta do "spread" é acentuada [na
pesquisa do BC] porque reflete
mais as operações de curto prazo, que têm taxas maiores", disse Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban.
A Febraban atribui o aumento dos "spreads" basicamente à
redução na oferta de crédito e à
expectativa de elevação futura
da inadimplência, que pode ou
não se confirmar. Se a inadimplência não aumentar, crescerá
o ganho dos bancos. ""Spread"
costuma ser confundido com
lucro líquido, mas não é isso.
Inclui uma série de custos."
Segundo o BC, o ganho dos
bancos representava 26,93%
do "spread" no fim de 2007, enquanto a inadimplência somava 37,3%, seguida por custos
administrativos (13,5%), impostos diretos (10,53%), tributos indiretos (7,81%) e depósito
compulsório (3,54%).
Texto Anterior: Gasto com juros chega a R$ 162 bilhões Próximo Texto: Com reajuste de servidor, despesas são recorde Índice
|