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Fraude de US$ 600 mi leva 6 à prisão na Espanha
Eles teriam forjado depósitos no Brasil para elevar preço de ações de empresa
Banco do Brasil afirma que não teve participação nas fraudes; Santander/ABN
diz que não tem elementos para comentar o caso
DA REDAÇÃO
Um grupo de seis pessoas
suspeitas de fraude de US$ 600
milhões no mercado financeiro
de Londres foi preso ontem na
Espanha. Elas são acusadas de
inflarem o balanço de uma empresa com falsos depósitos em
bancos brasileiro e europeu para elevar o preço das ações da
companhia -lucrando com a
venda posterior dos papéis.
A suposta fraude teve início
em 2003, quando os suspeitos
atraíram investidores com falsas promessas sobre os ativos
de uma empresa chamada
Langbar, uma firma de investimento com sede em Bermudas,
segundo a polícia espanhola.
Ao começar a ter suas ações negociadas em Bolsa, em 2003, a
empresa dizia ter ativos de
219 milhões. Pouco depois, por
meio de uma séria de operações financeiras, ela afirmou
ter depósitos de cerca de 395
milhões no Banco do Brasil e
no ABN Amro, atraindo o interesse de investidores.
Em 2005, o Escritório de
Fraudes Graves do Reino Unido passou a investigar o caso e
disse que não "conseguiu estabelecer a existência -nem verificar o direito- dos depósitos
bancários no ABN Amro e no
Banco do Brasil". Segundo ele,
os suspeitos divulgaram anúncios na imprensa para gerar interesse nas ações da Langbar e
depois venderam os papéis.
Os advogados da Langbar
afirmaram que ela foi vítima da
"maior fraude já realizada" no
mercado alternativo de investimento da Bolsa de Londres. A
empresa disse, em seu site, que
está "determinada a descobrir
exatamente o que aconteceu
com os fundos da companhia e
a buscar a sua recuperação".
Os seis suspeitos (cinco espanhóis e um argentino) foram
presos em Barcelona, Madri e
Alicante e, de acordo com o jornal "El País", entre eles está um
ex-agente do Mossad (o serviço
de inteligência israelense).
Por meio de sua assessoria
de imprensa, o Banco do Brasil
disse que não teve participação
nas fraudes. Segundo o banco,
as investigações envolvem uma
suspeita de que algumas pessoas teriam vendido, no mercado britânico, certificados falsos
de depósitos que teriam sido
feitos no BB sem que ele tivesse efetivamente envolvido na
operação. O Santander, que adquiriu as operações do ABN
Amro no país, disse não ter elementos para comentar o caso.
Em 2006, representantes do
governo britânico se reuniram
no Brasil com o Departamento
de Recuperação de Ativos e
Cooperação Jurídica Internacional, órgão ligado ao Ministério da Justiça. O objetivo era
comprovar se eram falsos os
depósitos da Langbar no BB.
Segundo a Folha apurou, a
cooperação produziu provas
importantes para o caso.
Com agências internacionais, a Reportagem
Local e a Sucursal de Brasília
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