São Paulo, quinta, 29 de janeiro de 1998

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Serviço não absorve demitidos

da Reportagem Local

Pela segunda vez consecutiva, o setor de serviços não conseguiu criar postos de trabalho suficientes no ano para absorver a mão-de-obra desocupada na indústria.
De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego da Fundação Seade e Dieese referente ao mês passado, a indústria da região metropolitana de São Paulo perdeu 162 mil postos de trabalho entre janeiro e dezembro de 1997.
O setor de serviços, considerando os mesmos meses, criou 103 mil vagas.
No ano anterior, a perda de vagas na indústria também havia sido maior que a criação de postos na área de serviços.
No período de 12 meses até dezembro de 1996, a indústria havia fechado 105 mil postos de trabalho. A área de serviços havia criado 97 mil vagas.
Em 1995, a relação foi inversa. A indústria havia fechado 99 mil vagas nos 12 meses anteriores a dezembro.
As vagas criadas no setor de serviços foram maiores -137 mil.
A troca do emprego industrial pelo no setor de serviços representa, muitas vezes, piora nas relações de trabalho, segundo os técnicos do Dieese e da Fundação Seade.
"A indústria emprega predominantemente com carteira assinada", afirma Pedro Paulo Martoni Branco, diretor-executivo da Fundação Seade.
Em dezembro passado, a indústria perdeu 5.000 vagas. O setor de serviços fechou 42 mil postos de trabalho.
"A expansão da ocupação em serviços é uma tendência desta década e foi uma marca do Plano Real", disse o diretor-executivo da Fundação Seade. No entanto, acrescentou, essa expansão não compensa a redução de vagas.
Ganhando menos
O rendimento médio real dos trabalhadores ocupados na região metropolitana de São Paulo caiu 0,5% no trimestre setembro/novembro de 1997 em relação ao trimestre terminado em outubro.
Segundo os técnicos do Dieese e da Fundação Seade, o rendimento médio dos trabalhadores ocupados ficou em R$ 860, contra R$ 865 no trimestre agosto/outubro.
"A pesquisa revela a estabilização dos rendimentos dos trabalhadores", afirmou o diretor-executivo da Fundação Seade.
Segundo ele, o ganho de renda decorrente da estabilização da moeda a partir do Plano Real "acabou". (ME)



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