São Paulo, sexta, 29 de janeiro de 1999

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TAXAS DE JUROS
O sindicalista, que esteve ontem com o presidente, afirma que o FMI quer o aumento das taxas de juros
"FHC relatou pressões", diz Paulinho

Alan Marques/Folha Imagem
Paulinho (à esq.), Fernando Henrique Cardoso e Luiz Marinho durante encontro ocorrido ontem


da Sucursal de Brasília


Sindicalistas que estiveram ontem com Fernando Henrique Cardoso disseram que o presidente relatou estar sofrendo pressões do FMI (Fundo Monetário Internacional) para aumentar as taxas de juros.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, FHC afirmou que "há muita pressão internacional para que o governo aumente as taxas de juros".
Mais tarde, o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, classificou de "inverossímil" essas afirmações. "Não pude falar com o presidente, mas me parece bastante inverossímil que essa tenha sido a alegação dele. O aumento dos juros é necessário neste momento de volatilidade da moeda e para contra-arrestar as tentações de remarcação de preços", afirmou.
O Banco Central aumentou os juros básicos da economia, que ontem estavam em 35,5% anuais. No dia anterior a primeira desvalorização do real, o mercado estava com taxas próximas de 29% ao ano.
Na audiência, FHC disse também que é contrário à proposta de centralização do câmbio porque forçaria o país a decretar a moratória. Ele acrescentou também, segundo o sindicalista, que o país quebraria se adotasse medidas de controle à saída de capital estrangeiro.
O presidente admitiu que a atual situação é grave, mas disse que tem apoio do Congresso.



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