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Abastecimento faz Argentina limitar vendas
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
O governo argentino informou a empresários do setor
frigorífico que as exportações de carne devem se limitar a 24 mil toneladas, 60%
do que é exportado hoje.
A medida, que deve vigorar
em março e abril, visa frear a
alta no preço da carne ao
consumidor, que subiu ao
menos 10% neste ano pela
falta do produto no mercado.
Em março de 2006, o governo do ex-presidente Néstor Kirchner impediu o embarque de carne bovina ao
exterior por três meses e,
desde então, as exportações
não foram totalmente liberadas. Hoje, os frigoríficos podem exportar um limite de
40 mil toneladas mensais.
Há um mês, o governo argentino tenta impor um novo acordo de preços para o
setor. No entanto, entidades
agropecuárias pedem um
plano para impulsionar a
produção e ampliar as exportações, com subsídios, e assim controlar os preços.
"Com uma política primitiva como essa, a Argentina
agora não fica atrás apenas
do Brasil, mas também do
Uruguai, entre os exportadores de carne", disse à Folha o
economista-chefe da Fundação de Investigações Econômicas Latino-Americanas,
Juan Luis Bour.
Mesmo com as restrições,
no ano passado, a Argentina
vendeu ao exterior 475 mil
toneladas de carne, apenas
1,5% mais do que no ano anterior. O valor obtido com as
exportações, no entanto,
cresceu 10%.
Quando a União Européia
decretou a proibição da importação de carne bovina
brasileira, agora parcialmente suspensa, especulou-se
que o mercado europeu poderia se abastecer da carne
argentina. O aperto ao limite
das exportações inviabiliza
essa alternativa.
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