São Paulo, sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

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Abastecimento faz Argentina limitar vendas

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

O governo argentino informou a empresários do setor frigorífico que as exportações de carne devem se limitar a 24 mil toneladas, 60% do que é exportado hoje.
A medida, que deve vigorar em março e abril, visa frear a alta no preço da carne ao consumidor, que subiu ao menos 10% neste ano pela falta do produto no mercado.
Em março de 2006, o governo do ex-presidente Néstor Kirchner impediu o embarque de carne bovina ao exterior por três meses e, desde então, as exportações não foram totalmente liberadas. Hoje, os frigoríficos podem exportar um limite de 40 mil toneladas mensais.
Há um mês, o governo argentino tenta impor um novo acordo de preços para o setor. No entanto, entidades agropecuárias pedem um plano para impulsionar a produção e ampliar as exportações, com subsídios, e assim controlar os preços.
"Com uma política primitiva como essa, a Argentina agora não fica atrás apenas do Brasil, mas também do Uruguai, entre os exportadores de carne", disse à Folha o economista-chefe da Fundação de Investigações Econômicas Latino-Americanas, Juan Luis Bour.
Mesmo com as restrições, no ano passado, a Argentina vendeu ao exterior 475 mil toneladas de carne, apenas 1,5% mais do que no ano anterior. O valor obtido com as exportações, no entanto, cresceu 10%.
Quando a União Européia decretou a proibição da importação de carne bovina brasileira, agora parcialmente suspensa, especulou-se que o mercado europeu poderia se abastecer da carne argentina. O aperto ao limite das exportações inviabiliza essa alternativa.


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