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PESQUISA
Expectativa futura recua
Índice de confiança do consumidor cai
DA SUCURSAL DO RIO
As expectativas negativas em
relação ao mercado de trabalho e
ao crescimento da economia derrubaram a confiança do consumidor em março. O índice de confiança calculado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) recuou 1%
na passagem de fevereiro para
março, puxado pela menor disposição do consumidor de comprar
bens de alto valor.
De acordo com a FGV, o agravamento da crise política, que culminou na saída de Antonio Palocci do Ministério da Fazenda, só
deve ser captado na pesquisa de
abril.
Para Aloisio Campelo, coordenador da pesquisa, fatores não relacionados à economia podem ter
afetado os resultados, mas ainda
não é possível medir esses efeitos.
O histórico da pesquisa mostra
que existe correlação entre a deterioração de expectativas e a turbulência política.
A avaliação da situação atual subiu 0,9%, mas as expectativas para o futuro recuaram 2,1%. A
principal preocupação do consumidor, segundo a pesquisa, refere-se ao mercado de trabalho.
Em março, as expectativas em
relação à oferta de vagas registraram queda de 15,6%. As projeções
para a situação econômica familiar nos próximos meses também
pioraram: o percentual de consumidores que apostam em melhora da situação financeira caiu de
35,9% para 33,5%.
Com incertezas no mercado de
trabalho, o consumidor ficou
mais cauteloso em relação a compras. O percentual que pretende
gastar mais com a aquisição de
bens duráveis nos próximos meses caiu de 16,8% para 12,6%.
Segundo Campelo, o resultado
reflete a deterioração da economia e o aumento da inadimplência. "O consumidor está consciente da queda dos juros e da inflação sob controle, mas está colocando outros fatores na balança."
A proporção de consumidores
que pretendem comprar automóveis nos próximos seis meses caiu
para 9%, o menor patamar desde
que a pesquisa foi reformulada,
em setembro de 2005.
(JL)
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