São Paulo, sábado, 29 de março de 2008

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Consumidor dos EUA tem menor confiança em 16 anos

Para secretário do Tesouro, pacote de estímulo à economia gerará 60 mil empregos

Mostrando preocupação, americanos tiveram renda 0,5% maior em fevereiro, mas mantiveram os gastos estáveis no mesmo período

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A confiança do consumidor americano caiu ao menor nível em 16 anos, neste mês, segundo pesquisa divulgada ontem, apontando a preocupação da população com uma possível recessão da economia dos EUA.
Em linha com as apreensões mostradas pela medição da Universidade de Michigan, os gastos das famílias do país não aumentaram em fevereiro, apesar de o crescimento da renda do consumidor norte-americano ter ficado acima do esperado, segundo dados do Departamento do Comércio dos EUA também divulgados ontem.
O índice de confiança do consumidor ficou em 69,5% em março, o menor desde fevereiro de 1992, quando alcançou 68,8%. Em fevereiro deste ano, o índice estava em 70,8%.
Segundo a pesquisa, é "praticamente unânime entre os consumidores que a economia dos EUA já entrou em recessão". "A confiança do consumidor caiu em função da preocupação com a tendência de queda na economia, além do crescimento no desemprego e na inflação no restante do ano", avaliam os especialistas da Universidade de Michigan.
A renda pessoal cresceu 0,5% no mês de fevereiro em relação a janeiro, acima do 0,3% registrado no primeiro mês do ano, na mesma comparação.
Apesar do aumento na renda, os consumidores parecem estar guardando mais dinheiro do que gastam, já que o índice de compras do consumidor (PCE) cresceu 0,1% e, descontada a inflação, ficou estável.
Segundo economistas, esse freio no consumo deve continuar. "O consumo real está praticamente estável nos últimos três meses e, com a redução da confiança, do mercado de trabalho e do preço das casas, há pouca chance de qualquer recuperação dos gastos", disse a consultoria Capital Economics, de Londres.
Para o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, o pacote de estímulo à economia de US$ 168 bilhões, lançado pelo presidente George W. Bush em fevereiro e focado em redução de impostos por meio de cheques, vai ajudar a contornar a crise. "Esses cheques devem ser um grande estímulo à criação de 50 mil a 60 mil empregos que deve ocorrer neste ano", disse ele em uma entrevista.


Com agências internacionais


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