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outro lado
Para Minc, as exigências ainda são pequenas
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse
que o pacote de exigências
legais em vigor hoje no país
ainda é insuficiente para
proteger os rios e os biomas,
como o cerrado e a caatinga.
Ele defendeu mais restrições e o aumento das exigências para a formação e a preservação de reservas florestais no entorno de rios e nas
propriedades rurais.
"A minha tese é que o Brasil não tem proteção demais,
tem pouca proteção. Os biomas têm que ser mais protegidos. Nossos biomas estão
sendo destroçados. Os nossos rios não têm muita proteção, têm pouca. A qualidade
da água nos rios não é boa, é
péssima", disse o ministro.
Sobre o estudo, Minc disse
que também tem o seu, e este
aponta posição "diametralmente" oposta ao daquele
encomendado por associações ligadas ao setor elétrico.
"Quem quer diminuir as proteções são os ruralistas, que
de vez em quando aparecem
com algum estudo para justificar. Encomendei um estudo para biólogos, doutores,
PhDs, engenheiros florestais, e a conclusão é diametralmente oposta a essa. [A
conclusão] é que os nossos
biomas estão muito ameaçados", disse.
Segundo ele, dados recentes mostram que o desmatamento no cerrado já é maior
do que o que ocorre na Amazônia e que metade da caatinga já virou carvão.
Em relação ao setor elétrico, disse que pediu à ANA
(Agência Nacional de Águas)
que os grandes captadores de
água nos rios brasileiros, o
que inclui o setor agrícola e
os geradores hidrelétricos,
sejam obrigados a reflorestar
matas ciliares. "As outorgas
federais para captação de
água não são onerosas e acho
que eles devem ajudar a recuperar as margens dos rios,
algo que não fazem hoje."
Acusações
Para o presidente do Ibama, Roberto Messias, a discussão sobre o código florestal no Brasil, cujo relatório
pode ser votado em comissão
especial até o fim de abril,
não passa de acusações de
ambos os lados.
"Acho que hoje essa discussão [do código florestal]
está em acusações de parte a
parte. Quando há interesses
que conflitam com outros,
deve prevalecer uma premissa superior: o bem público."
O presidente do Ibama disse achar razoável que sejam
permitidas variações nas
áreas de reserva legal e nas
Áreas de Preservação Permanente, sobretudo quando
essas já estão ocupadas.
Mas defendeu o modelo
brasileiro. A exigência legal
hoje não é, segundo ele, um
"contravalor", mas um valor
que deve ser preservado
-com a possibilidade, no entanto, de ser flexibilizado.
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