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Varig Log se compromete a dar ajuda financeira
DA REPORTAGEM LOCAL
Varig e Varig Log assinaram
um documento no dia 13 deste
mês em que a ex-subsidiária de
cargas, que fez uma proposta para
comprar a empresa, se compromete a ajudar financeiramente a
companhia. O texto, que detalha
as condições para que o negócio
seja fechado (como multa, caso a
Varig feche negócio com outro
comprador), só tem validade se
aprovado pelos credores da Varig.
"A Varig Log compromete-se, a
partir desta data, a colaborar com
a Varig para que esta possua a liquidez necessária ao pagamento
de suas obrigações correntes, mediante a outorga das devidas garantias", diz o último parágrafo
do documento, intitulado "Termos e Condições para a Negociação da Aquisição de Unidade Isolada da Varig pela Varig Log".
O texto não tem validade legal
se não for aprovado na assembléia de credores, mas é representativo da ajuda que a Varig Log
vem dando à Varig. Mesmo antes
da data de assinatura do documento, a ex-subsidiária já vinha
contribuindo financeiramente
com a Varig, como mostra o fluxo
de caixa da Varig informado à
Justiça carioca pela Deloitte Touche Tohmatsu, administradora
judicial da companhia aérea.
Em fevereiro, dos US$ 33,3 milhões que a Varig antecipou de
montantes que tinha a receber no
futuro, a maior parte, US$ 30 milhões, é referentes a antecipação
de aluguel dos porões dos aviões
para a Varig Log. O restante, US$
3,3 milhões, são recebíveis de cartão de crédito. Essas antecipações
estão ajudando a Varig a manter
suas operações.
A ajuda que a Varig Log dá à Varig é explicada, em grande parte,
pela importância que a primeira
tem para a segunda. Mais de 50%
do transporte de cargas realizado
pela ex-subsidiária é feito pela Varig; a outra metade, em aviões de
sua frota. A avaliação é a de que
uma eventual paralisação da Varig seria muito difícil para a VarigLog, mas não fatal para as suas
operações.
Multa
O texto assinado pela diretoria
das duas empresas ainda faz referência a uma multa de R$ 73,5 milhões a ser paga pela Varig à VarigLog caso a primeira feche contrato com outro comprador até
dezembro deste ano. Seria uma
forma, de acordo com fontes envolvidas no processo de negociação entre as duas empresas, de a
ex-subsidiária garantir que conseguirá seus aportes de volta em
caso de o negócio naufragar.
O mesmo documento prevê exclusividade para a proposta da
Varig Log por 35 dias, a contar da
data de assinatura do negócio, para que a ex-subsidiária realize
uma auditoria na companhia.
Dessa forma, pede acesso a todos
os livros e registros da Varig.
Apesar de essa proposta de
compra da Varig ser uma das
principais saídas avaliadas no
momento para a companhia aérea, a venda da própria Varig Log
para a Volo do Brasil ainda depende da aprovação da Anac
(Agência Nacional de Aviação Civil). O Snea (Sindicato Nacional
das Empresas Aeroviárias) acusa
a Volo de ser "laranja" do fundo
dos EUA Matlin Patterson.
O fato de a venda da Varig Log
para a Volo ainda não ter sido
aprovada pela Anac será um dos
problemas a serem resolvidos na
assembléia de credores na terça-feira, já que o negócio será colocado na mesa para ser aprovado ou
não pelos credores.
(MP)
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