São Paulo, sábado, 29 de abril de 2006

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Varig Log se compromete a dar ajuda financeira

DA REPORTAGEM LOCAL

Varig e Varig Log assinaram um documento no dia 13 deste mês em que a ex-subsidiária de cargas, que fez uma proposta para comprar a empresa, se compromete a ajudar financeiramente a companhia. O texto, que detalha as condições para que o negócio seja fechado (como multa, caso a Varig feche negócio com outro comprador), só tem validade se aprovado pelos credores da Varig.
"A Varig Log compromete-se, a partir desta data, a colaborar com a Varig para que esta possua a liquidez necessária ao pagamento de suas obrigações correntes, mediante a outorga das devidas garantias", diz o último parágrafo do documento, intitulado "Termos e Condições para a Negociação da Aquisição de Unidade Isolada da Varig pela Varig Log".
O texto não tem validade legal se não for aprovado na assembléia de credores, mas é representativo da ajuda que a Varig Log vem dando à Varig. Mesmo antes da data de assinatura do documento, a ex-subsidiária já vinha contribuindo financeiramente com a Varig, como mostra o fluxo de caixa da Varig informado à Justiça carioca pela Deloitte Touche Tohmatsu, administradora judicial da companhia aérea.
Em fevereiro, dos US$ 33,3 milhões que a Varig antecipou de montantes que tinha a receber no futuro, a maior parte, US$ 30 milhões, é referentes a antecipação de aluguel dos porões dos aviões para a Varig Log. O restante, US$ 3,3 milhões, são recebíveis de cartão de crédito. Essas antecipações estão ajudando a Varig a manter suas operações.
A ajuda que a Varig Log dá à Varig é explicada, em grande parte, pela importância que a primeira tem para a segunda. Mais de 50% do transporte de cargas realizado pela ex-subsidiária é feito pela Varig; a outra metade, em aviões de sua frota. A avaliação é a de que uma eventual paralisação da Varig seria muito difícil para a VarigLog, mas não fatal para as suas operações.

Multa
O texto assinado pela diretoria das duas empresas ainda faz referência a uma multa de R$ 73,5 milhões a ser paga pela Varig à VarigLog caso a primeira feche contrato com outro comprador até dezembro deste ano. Seria uma forma, de acordo com fontes envolvidas no processo de negociação entre as duas empresas, de a ex-subsidiária garantir que conseguirá seus aportes de volta em caso de o negócio naufragar.
O mesmo documento prevê exclusividade para a proposta da Varig Log por 35 dias, a contar da data de assinatura do negócio, para que a ex-subsidiária realize uma auditoria na companhia. Dessa forma, pede acesso a todos os livros e registros da Varig.
Apesar de essa proposta de compra da Varig ser uma das principais saídas avaliadas no momento para a companhia aérea, a venda da própria Varig Log para a Volo do Brasil ainda depende da aprovação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) acusa a Volo de ser "laranja" do fundo dos EUA Matlin Patterson.
O fato de a venda da Varig Log para a Volo ainda não ter sido aprovada pela Anac será um dos problemas a serem resolvidos na assembléia de credores na terça-feira, já que o negócio será colocado na mesa para ser aprovado ou não pelos credores. (MP)


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